O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declara esta sexta-feira que o país está a viver um "dia historico" e a cidade de "Kherson é nossa", horas depois da retirada das forças militares russas da região.

"O nosso povo. É nosso. Kherson. Hoje é um dia histórico, estamos a libertar o Sul do país, estamos a libertar Kherson", afirmou Zelensky, numa curta mensagem no Telegram.

Esta tarde, o exército ucraniano anunciou que tinha "entrado" em Kherson, no sul da Ucrânia, e o Ministério da Defesa pediu aos soldados russos para se "renderem de imediato".

Volodymyr Zelensky esclareceu que o exército ucraniano "está efetivamente nos arredores da cidade", mas esclarecendo que diversas "unidades especiais já estão no seu interior".

O Presidente ucraniano saudou ainda a coragem dos habitantes de Kherson, que estiveram sob ocupação russa desde meados de março. "Eles nunca abandonaram a Ucrânia", concluiu Zelensky.

A bandeira da Ucrânia foi esta sexta-feira hasteada no coração da cidade de Kherson, após a retirada dos militares russos.

Imagens divulgadas nas redes sociais, e já confirmadas pela imprensa internacional, mostram a população e soldados ucranianos a celebrar na Praça da Liberdade e noutras artérias da cidade do Sul da Ucrânia.

“Glória à Ucrânia! Glória aos nossos heróis!” ou “Glória às Forças Armadas da Ucrânia” foram algumas das palavras de ordem ouvidas no centro de Kherson.

As imagens mostram a população com bandeiras da Ucrânia a celebrar emotivamente o fim da ocupação russa, que durava há vários meses.

A primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska, também já reagiu à reconquista de Kherson, numa mensagem publicada nas redes sociais.

"Nosso". Quanto poder há nesta palavra. Milhares de pessoas nas ruas de Kherson encontram seus defensores com bandeiras azuis e amarelas – imagens que trazem lágrimas aos olhos de todos os ucranianos hoje. Os nossos estão em casa. Kherson está livre. Em breve toda a Ucrânia estará livre", afirma.

A entrada das forças ucranianas em Kherson acontece dias depois de a Rússia ter ordenada a retirada dos milhares de soldados para a margem oriental do Rio Dnipro.

Esta sexta-feira, o Ministério da Defesa de Moscovo anunciou que 30 mil soldados abandonaram a região de Kherson. Cerca de 5 mil viaturas militares e peças de armamento também foram retiradas.

Apesar da debandada, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que a região ucraniana de Kherson, incluindo a capital com o mesmo nome, continua a fazer parte da Rússia.

O território "é um assunto da Federação Russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP. "Não pode haver mudança", acrescentou Peskov, no primeiro comentário da Presidência russa sobre a retirada das suas forças de Kherson, que foi concluída hoje.