Após o sucesso da primeira viagem, as autoridades ucranianas dizem ter preparados outros 17 navios para deixarem os portos do Mar Negro carregados e cereais.

O Presidente Volodymyr Zelensky disse querer ver a exportação e cereais tornar-se frequente. “O nosso objetivo é haver uma regularidade, com barcos a entrarem e saírem dos portos”.

Para além de ajudar a mitigar a falta de cereais no mundo, ajudando a combater a fome, o líder ucraniano espera que as exportações encorajem os agricultores a semearem novas colheitas. “É uma questão se segurança alimentar também para o país – assegurar o próximo ano.”

Proveniente de Odessa, no sul da Ucrânia, de onde zarpou na manhã de segunda-feira com 26.000 toneladas de trigo com destino ao Líbano, o “Razoni”, um cargueiro com pavilhão da Serra Leoa, passou a noite ancorado ao largo das costas da Turquia e será inspecionado durante esta manhã à entrada do estreito do Bósforo por uma equipa internacional, antes de seguir viagem para o Líbano.

A inspeção, exigida por Moscovo que pretende assegurar a natureza da carga, será “efetuada por uma delegação composta por representantes turcos, russos, ucranianos e da ONU e de seguida o ‘Razoni’ seguirá a sua rota”, precisou esta terça-feira aos media o almirante turco Özcan Altunbulak, responsável pelo Centro de Coordenação Conjunto (CCC) que supervisiona as operações.

Os rebocadores ucranianos levaram o comboio marítimo ao longo de uma rota sem perigo, livres de minas flutuantes, e os navios da marinha turca fizeram a escolta até Bósforo.

Esta foi a primeira exportação autorizada na sequência do acordo assinado em 22 de julho em Istambul pela Turquia, Rússia e Ucrânia, através de uma mediação de Ancara e sob a égide das Nações Unidas, para desbloquear os portos ucranianos e tranquilizar os mercados agrícolas.

A invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro levou a uma crise alimentar e energética mundial e as Nações Unidas alertaram para o risco de múltiplas fomes este ano.

A Rússia e a Ucrânia são responsáveis por quase um terço das exportações mundiais de trigo. Mas as sanções ocidentais contra a Rússia e os combates ao longo da costa marítima do leste da Ucrânia impediram os navios com trigo de saírem em segurança dos portos.