A página norte-americana InfoWars, associada à extrema-direita, declarou esta segunda-feira falência, após ter sido condenada por difamação em vários processos relacionados com o tiroteio na escola primária de Sandy Hook, no estado do Connecticut, em 2012.

O seu fundador, Alex Jones, difundiu no seu programa de rádio e no site do InfoWars teorias da conspiração de que o tiroteio, em que morreram 20 crianças e seis adultos, era uma “farsa”, um plano para aumentar o controlo de armas, organizados pelos meios de comunicação e com atores.

As afirmações deram origem a três processos separados, em que as famílias das vítimas de Sandy Hook alegam que as mentiras ditas por Alex Jones o enriqueceram a ele e aos seus negócios, incluindo o InfoWars, e referem ter sido perseguidos por seguidores do seu programa.

Depois de ter dado razão às famílias no ano passado, a justiça norte-americana começou este mês a determinar os valores das compensações. Jones propôs-se a pagar 120 mil dólares a cada uma das 13 pessoas envolvidas nos três processos, mas a proposta foi rejeitada.

“É uma tentativa desesperada de Alex Jones para fugir ao escrutínio público sob juramento desta campanha desprezível e com fins lucrativos contra os queixosos e a memória dos ente queridos perdidos em Sandy Hook”, referiram as famílias em tribunal.

Depois da condenação, Jones admitiu que o tiroteio efetivamente aconteceu, mas afirmou que os processos das famílias ameaçavam os seus direitos constitucionais à liberdade de expressão. O radialista, conhecido por propagar teorias da conspiração, já foi banido do Facebook, do Twitter e do YouTube por acusações de discurso abusivo e discurso de ódio.

Na declaração de falência, os bens estimados da InfoWars surgem no limite entre os 0 e 50 mil dólares, com um passivo entre o milhão de dólares e os 10 milhões de dólares.

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