A justiça de Israel autorizou esta segunda-feira a extradição de Malka Leifer, uma australiana, também com nacionalidade israelita, suspeita de abusos sexuais a menores no seu país.

Em maio, a justiça israelita tinha aberto caminho para a extradição ao concluir que Leifer, acusada de dezenas de agressões contra raparigas menores, alunas de uma escola judaica ortodoxa que administrava há mais de uma década em Melbourne, na Austrália, estava mentalmente apta a ser julgada.

E em julho, o Supremo Tribunal rejeitou o recurso dos seus advogados que se opunham à extradição, afirmando que o processo judicial era válido e remetendo a decisão para o Tribunal Distrital de Jerusalém.

Foi este que considerou agora que “a acusada pode ser extraditada para a Austrália pelos crimes que lhe são atribuídos no contexto do pedido de extradição”.

“Uma vitória para a justiça, uma vitória para todas as sobreviventes. Hoje os nossos corações sorriem”, reagiu na rede social Twitter Dassi Erlich, uma das mulheres que acusam Leifer de agressão sexual.


Segundo a imprensa australiana, a ex-professora é suspeita de 74 agressões contra menores.

Leifer fugiu da Austrália há 12 anos, após uma antiga aluna ter apresentado uma queixa contra ela, e tem negado a sua culpa em várias audiências dedicadas à sua extradição em tribunais israelitas, a primeira das quais ocorreu em 2014.

Em 2016, foi declarada inapta para ser julgada e hospitalizada, mas a polícia arranjou provas de que simulava a sua loucura para evitar um julgamento. Esta revelação levou à sua detenção dois anos depois por “obstrução à justiça” e favoreceu novos procedimentos legais para estabelecer a capacidade de ser julgada.