Pelo menos cinco pessoas já morreram na sequência dos protestos que irromperam nos Estados Unidos por causa da morte de George Floyd, que foi asfixiado enquanto era detido por polícias.

A morte de Floyd, que foi filmada por transeuntes, causou grande revolta, levando a protestos que começaram por ser pacíficos, mas rapidamente se tornaram violentos enquanto espalhavam por vários pontos do país.

Fora dos Estados Unidos também tem havido protestos, em cidades como Londres e Berlim, embora sem violência.

A primeira morte a registar ligada aos protestos americanos foi de Calvin Horton, baleado na madrugada de sexta-feira pelo dono de uma loja que acabara de ser pilhada. O dono da loja, que foi detido, terá considerado que Horton tinha participado na destruição da loja e disparou sobre ele, matando-o.

Outro homem foi baleado no seu carro, em Detroit, quando o trânsito esteve parado por causa dos manifestantes. Não se sabe porque é que a vítima, de 21 anos, foi assassinada, mas a polícia suspeita que possa ter sido morto por alguém que o conhecia e que aproveitou a confusão.

Um terceiro homem morreu na madrugada de sábado quando foi esmagado por um carro que tentava escapar aos manifestantes que estavam a vandalizar outros automóveis.

Este domingo morreu um manifestante quando alguém disparou para uma multidão de pessoas que protestavam, atingindo mortalmente a vítima. Não se conhece ainda a identidade nem a motivação do autor dos disparos.

Por fim, este domingo a polícia de Minneapolis anunciou que encontrou o cadáver de um homem junto a um carro que tinha sido incendiado por manifestantes. O corpo do homem, que ainda não foi identificado, estava a alguns metros do veículo e com sinais de agressão.

Para além destas cinco mortes confirmadas há ainda duas possíveis mortes ligadas aos protestos. Uma envolve um segurança privado que foi baleado à porta de um tribunal e outra poderá envolver o dono de uma loja que saiu para confrontar manifestantes que estavam a pilhar o seu estabelecimento. Em imagens que circulam nas redes sociais vê-se um homem a correr para a rua e a gritar, armado com uma espada. Os manifestantes começam por fugir mas em certo momento – a câmara não capta – o alegado dono da loja cai ao chão e é atacado por manifestantes. O autor das filmagens aproxima-se enquanto o homem continua a ser pontapeado, antes de os agressores se afastarem deixando a vítima deitada no chão, sem reação. O autor das imagens comenta, chocado, que o homem está morto. Esta morte, contudo, ainda não foi confirmada pelas autoridades.

Trump não invoca controlo da Guarda Nacional

Perante o aumento dos protestos, a Casa Branca já anunciou que não pretende assumir o controlo da Guarda Nacional para tentar pôr cobro à situação.

O Governo Federal pode fazê-lo, mas pretende, por enquanto, ajudar os governadores dos estados, e presidentes de câmara das diferentes cidades onde está a ocorrer a violência, a lidar com a situação, dizendo que tem mais meios para poder pôr à disposição das autoridades.

A Guarda Nacional disse numa declaração que tem 5.000 soldados e aviadores em ação, em 15 estados diferentes, e ainda na cidade de Washington, mas que estes continuam sob a autoridade das forças estaduais.

Outros dois mil Guardas Nacionais estão prontos a entrar em ação se for necessário, diz a declaração.

Em todo o país aumenta o número de feridos e detidos. Só no Estado de Nova Iorque, e só na noite de sábado, foram detidas 345 pessoas e 33 agentes policiais ficaram feridos.

[Notícia atualizada às 17h06]