Robert Mugabe apresentou esta terça-feira a sua demissão do cargo de Presidente do Zimbabué, ao fim de cerca de três décadas no poder.

O ditador demitiu-se depois de vários dias de pressão por parte das Forças Armadas e quando o Parlamento já tinha dado início ao processo de impugnação do Chefe de Estado. Mugabe já tinha sido expulso do seu próprio partido, o Zanu-PF.

A carta de demissão foi apresentada há momentos e explica que a decisão se deve à vontade de garantir uma transferência pacífica do poder.

Mal a carta de Mugabe foi tornada pública pelo Presidente do Parlamento, Jacob Mudenda, milhares de populares saíram à rua para festejar.

Mas não terão sido os protestos populares a levar à queda da segunda mais longa ditadura do mundo. A Reuters informa que o que motivou a intervenção militar foi uma divergência de opiniões sobre quem deveria suceder ao ditador.

Com a sua mulher, Grace, a movimentar-se para ocupar o lugar do seu marido, forças dentro do Zanu-PF não esconderam o seu desagrado. Espera-se agora que Emmerson Mnangagwa, um ex-responsável pela segurança de Mugabe e ex-vice-presidente, assuma o poder e não há qualquer garantia de uma abertura democrática no país.

Com 93 anos de idade, Mugabe estava há 37 anos à frente dos destinos do seu país, inicialmente como primeiro-ministro e depois como Presidente.

Mnangagwa é conhecido como "O Crocodilo" e foi demitido dias antes do golpe militar que viria a pôr fim ao Governo de Mugabe.

[Notícia actualizada às 16h22]

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