“Está tudo calado, tudo metido na sua vida. O controlo do metro está muito eficaz”. É esta a descrição que Delfim Martins, um cozinheiro português a residir há duas décadas em São Petersburgo, faz do ambiente no metropolitano da cidade, um dia depois dos ataques que fizeram 14 mortos e 51 feridos.

A viajar no interior de uma carruagem de metro, em direcção ao centro de São Petersburgo, Delfim Martins não nega que o atentado “preocupa os habitantes”, justificando assim o número reduzido de pessoas que viaja consigo no metro da cidade russa. “Há muita gente que evita vir no metro. Está pouca gente no metro hoje. Muita menos gente do que habitualmente”, relata.

"As pessoas estão revoltadas. Ouve-se pessoas a defender que os muçulmanos deveriam ser todos deportados da Rússia, que são todos iguais...", conta o português à Renascença.

Questionado sobre as medidas de segurança perceptíveis, o português constata um claro reforço. Apesar de não ver agentes no interior das carruagens, “há muitos polícias à entrada do metro”, conta.

"Há detectores de metal, como nos aeroportos”, acrescenta, relatando, ainda, que as forças de segurança inspeccionam os sacos das pessoas: “Quem vem com sacos maiores, abrem-lhes os sacos.”

Tendo saído precisamente na estação onde ontem se deu o antenado, o português fala em muita polícia e numa estação "completamente limpa, com muitas flores".

"As pessoas estão apreensivas”, remata.