Veja também:


“Perdeu-se a esperança de tranquilidade no Brasil”, diz o analista político e sociólogo Paulo Baía comentando a actual situação no país.

Em declarações à Renascença, Baia afirma que o Brasil “vive um momento de intranquilidade, de profunda tristeza e de profunda insegurança jurídica e politica”.

De acordo com este professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a situação nas ruas poderá agravar-se já esta sexta-feira aquando das manifestações a favor do Governo de Dilma.

De recordar que esta quinta-feira, o Governo brasileiro recorreu da suspensão da posse de Lula da Silva como novo ministro da Casa Civil.

A decisão judicial do juiz federal deu provimento a uma acção popular interposta com o objectivo de impedir a entrada de Lula no executivo de Dilma Rousseff, ele que é acusado no processo triplex que envolve também empresas suspeitas na grande investigação “Lava Jato”.

O analista político Paulo Baía admite a possibilidade de novos actos de violência depois dos verificados nos últimos dois dias. “Já aconteceram actos de violência ontem [quarta-feira] em Brasília, ontem [quarta-feira] em S. Paulo, hoje [quinta-feira] em S. Paulo e podem acontecer amanhã [sexta-feira], pois amanhã haverá manifestações a favor de Dilma e de Lula em todo o território nacional. Podem estar previstos actos de violência, Mas o mais grave no momento é que perdeu-se a esperança de tranquilidade no Brasil. O Brasil vive um momento de intranquilidade, de profunda tristeza e de profunda insegurança politica e jurídica”.

O analista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro diz que as sondagens dão um Governo de Dilma muito isolado. Na opinião de Paulo Baía a situação do Governo é insustentável e se o Brasil vivesse um regime parlamentar o executivo de Dilma já teria caído.

“A situação do Governo Dilma é insustentável. Se nós vivêssemos num parlamentarismo o Governo já teria caído. O Governo não cai porque nós temos um presidencialismo e institucionalmente para o Governo cair é mais complicado. Daí o povo pedir a renúncia da Presidente. Não sei se a renúncia virá mas hoje começou o processo de impeachment na Câmara dos deputados”, acrescentou.