O inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica admite que o organismo, tutelado pelo Ministério da Economia, está a passar por “uma questão estrutural”.

Ao jornal Público, Pedro Gaspar refere que a ASAE se debate com alguns problemas, destacando o “envelhecimento dos quadros, a mobilidade para outras organizações e a ausência de novas contratações”.

Em 2006, este organismo tinha um corpo inspetivo de 251 inspetores num total de 595 trabalhadores. Hoje, conta com 491 trabalhadores, dos quais 248 (51%) estão integrados na carreira de inspeção.

Com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 teme-se que fiquem em risco as metas traçadas para o próximo ano.

O orçamento da ASAE foi fixado em 20,5 milhões de euros, mais 11% face a este ano (18,479 milhões), dos quais “2% de aumento das transferências do Orçamento do Estado e 9% de aumento da projeção de receitas próprias”.

Como grandes apostas destacam-se, desde logo, a capacitação do seu (único) laboratório de segurança alimentar (“900 mil euros de investimento, já em curso”) e a requalificação dos seus quadros, para responder aos desafios da fiscalização do comércio digital e da inteligência artificial.

A modernização e reforço de equipamentos (computadores, tablets, etc.), que representa “um investimento de 300 mil euros” é outra das apostas para o próximo ano.