É já no final do mês de janeiro que 89 trabalhadores do Grupo Bernardo da Costa, de Braga, vão receber 800 euros de salário mínimo. Em declarações à Renascença, o CEO do grupo justifica a decisão com a “preocupação pelo bem-estar das pessoas” e pelo desejo de dar aos “colaboradores as melhores condições possíveis”.

“Em 2017 criamos o departamento da felicidade que foi o corolário de um conjunto de práticas e de benefícios que nós colocamos à disposição dos colaboradores. E esta medida do salário mínimo de 800 euros nas empresas do grupo é mais uma dessas medidas e desses procedimentos que nós adotamos para procurar ir ao encontro das necessidades, com o objetivo de garantir a felicidade e o bem-estar das pessoas”, conta Ricardo Costa

Para Ricardo Costa, “os trabalhadores são as empresas” e é na medida que mais se investe nas pessoas que se podem alcançar resultados mais positivos.

“Nós acreditamos que tudo aquilo que investimos nas pessoas que connosco colaboram vamos receber em dobro. E se cuidarmos das nossas pessoas, nós temos a certeza que as pessoas vão cuidar do nosso negócio. E, por isso, é esta simbiose que, para nós, faz toda a diferença e não há outra forma de ver as empresas e os negócios. Pelo menos a minha perceção é essa”, explica.

Quando perguntamos a Ricardo Costa se subir o salário mínimo para 800 euros não será arriscado em tempos de uma crise sanitária e económica, o CEO do Grupo Bernardo da Costa até admite que “pode ser visto dessa forma”, mas prefere colocar a questão ao contrário, centrando-a na justiça.

“Penso que é o mínimo admissível para que qualquer pessoa possa ter uma vida digna. E eu não acredito que ninguém que ganhe menos que 800 euros, consiga estar no local de trabalho e dar aquele ‘extra mile’ que cada vez mais, e ainda mais no tempo de pandemia que vivemos, é necessário para que as empresas se consigam reinventar, se consigam adaptar a toda esta nova realidade que a pandemia nos provocou”, argumenta Ricardo Costa.

O CEO do Grupo Bernardo da Costa refere que, tal como o mundo não é perfeito, também as suas empresas não são perfeitas, mas assegura que o objetivo é “sempre proporcionar as melhores condições e o bem-estar às pessoas” que colaboram com a empresa.

“E acreditamos que precisamente nesta pandemia - e os 10 meses que já levamos desde o início da mesma demonstraram-nos que, de facto, nós conseguimos ultrapassar - conseguimos reinventar negócios, conseguimos adaptar-nos às mais diversas circunstâncias a que fomos obrigados e isso deve-se, também, em nosso entender, àquilo que fomos investindo nas pessoas”, conta.

Ricardo Costa lidera uma equipa jovem, com uma média de idades a rondar os 35 anos e um grupo com gestão totalmente familiar que começou no avô, passou pela segunda geração, com o pai e o tio, e já conta agora com os membros da terceira geração na gestão da empresa.

E o grupo continua a crescer, mesmo em tempos de pandemia. Em setembro de 2020, lançou uma nova área de negócio ligada à distribuição de equipamentos de proteção individual. “O objetivo é sempre crescer, alicerçar sempre na base que temos”, avança Ricardo Costa, sublinhando que o grupo, que conta com cerca de 190 colaboradores, continua a recrutar um conjunto de pessoas, porque há cada vez mais pessoas e muito válidas disponíveis no mercado do trabalho”.

Recentemente entraram em Portugal quatro novos colaboradores, dois nos Camarões e, esta semana, vão entrar mais três no Brasil.

O salário mínimo de 800 euros será praticado nas empresas iBD Global, AVPro, Academia BC, BC Safety e Atouch Winwel.

O Grupo Bernardo da Costa está presente no mercado desde 1957, tendo iniciado a sua atividade focada no ‘core business’ de instalações elétricas de apoio à construção civil.

Em 2004, foi criada a empresa Bernardo da Costa – Comércio de Equipamentos de Segurança, que hoje possui a designação iBD Global.

O grupo está presente nos cinco continentes, trabalhando na distribuição de equipamentos de Segurança Eletrónica, controlo de acessos, domótica, áudio e vídeo profissional, equipamentos de proteção individual, instalações elétricas, formação e construção civil.