A Associação de Promoção da Madeira (AP-M), que tem como objectivo promover e divulgar o destino Madeira no exterior, vai ter um orçamento de 14 milhões de euros em 2020, mais 3,5 milhões de euros do que em 2019. O objetivo é recuperar os mercados turísticos alemão e britânico.

Nove das catorze companhias aéreas que faliram nos últimos três anos operavam no aeroporto do Funchal, o que afetou o turismo da região, sobretudo com a quebra do número de pessoas oriundas da Alemanha e Reino Unido. Significam 40% do mercado turístico, daí a necessidade de investimento, que pode nem parecer óbvia neste momento: para esta passagem de ano, a hotelaria da região está praticamente esgotada.

Em declarações à Renascença, o Secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, revelou que, na segunda-feira, a Assembleia Geral da AP-Madeira aprovou um reforço de 3,5 milhões de euros, transferido pelo Governo Regional - ou seja um reforço de 35%.

Eduardo Jesus refere que, com este investimento, a Madeira passa a ter um rácio de dois euros por turista que dorme na região, o que a coloca "num patamar muito competitivo com outros destinos mais agressivos”.

A maior parte desta verba destina-se à recuperação dos mercados mais significativos, mas Eduardo Jesus assume que também está a ser feito um esforço - com as companhias aéreas, especialmente TAP e SATA, e ainda o Turismo de Portugal e a ANA - para tirar proveito da quantidade de turistas da América do Norte e Sul que passam por Lisboa e que "numa hora e meia podem chegar à Madeira”.

Os ventos que condicionam as operações no aeroporto Cristiano Ronaldo continuam a ser um problema “sério", apesar deste ano terem ocorrido "menos de metade das situações de operacionalidade de 2018”, frisa Eduardo Jesus.

Hotelaria quase esgotada para a passagem de ano

A taxa de ocupação dos hotéis de cinco estrelas para o fim de ano no Funchal é superior a 91%, revelou à Renascença o Secretário Regional de Turismo. O alojamento está praticamente esgotado, sem contar com os 30.000 turistas que estão nos barcos de cruzeiro para assistir ao célebre fogo de artifício. “174 mil disparos em oito minutos, preenchendo todo o anfiteatro da cidade do Funchal”, explica Eduardo Jesus.

Para o responsável, o ano fecha “bastante bem, com casa cheia". "Este fim de ano já revela uma tendência interessante porque estamos com números semelhantes aos do ano passado e, nalguns casos, acima. Mas ainda é pontual, não significa que seja consistente", analisa.

As perdas de turistas britânicos e alemães foram, em parte, compensadas com o aumento de portugueses. No balanço final, nota-se uma quebra de 2-3%, refere Eduardo Jesus. “Ainda assim, este será o terceiro melhor crescimento dos últimos anos na Madeira”, ressalva.