19 nov, 2016 - 11:36
O Papa denunciou este sábado o vírus da polarização que atinge a Igreja e a sociedade em geral e pediu aos cardeais que rejeitem ver um inimigo em quem é diferente.
“Pouco a pouco, as diferenças transformam-se em sintomas de hostilidade, ameaça e violência”, começou por avisar Francisco na homilia do consistório que decorreu no Vaticano.
“Quantas feridas se alargam devido a esta epidemia de inimizade e violência, que se imprime na carne de muitos que não têm voz, porque o seu clamor foi esmorecendo até ficar reduzido ao silêncio por causa desta patologia da indiferença?”, questionou.
“Quantas situações de precariedade e sofrimento são disseminadas através deste crescimento da inimizade entre os povos, entre nós? Sim, entre nós, dentro das nossas comunidades, dos nossos presbitérios, das nossas reuniões. O vírus da polarização e da inimizade permeia as nossas maneiras de pensar, sentir e agir”, alertou na missa a que presidiu na Basílica de São Pedro.
Na celebração de criação de 17 novos cardeais, o Papa pediu atenção “para que tal conduta não ocupe o nosso coração, pois iria contra a riqueza e a universalidade da Igreja que podemos constatar palpavelmente neste Colégio Cardinalício”.
Os 13 novos cardeais eleitores (com menos de 80 anos de idade) são oriundos de 11 países, alguns dos quais ainda não se encontravam representados no colégio cardinalício.
D. Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui (República Centro-Africana), de 49 anos, é agora o cardeal mais jovem da Igreja Católica. No outro extremo está Ernest Simoni, com 88 anos, da Albânia.
Os novos cardeais eleitores são Mario Zenari (Itália), Dieudonné Nzapalainga (República Centro-Africana), Carlos Osoro Sierra (Espanha), Sérgio da Rocha (Brasil), Blase J. Cupich (Estados Unidos), Patrick D'Rozario (Bangladesh), Baltazar Enrique Porras Cardozo (Venezuela), Jozef De Kesel (Bélgica), Maurice Piat (Maurícia), Kevin Joseph Farrell (EUA), Carlos Aguiar Retes (México), John Ribat (Papua Nova-Guiné) e Joseph William Tobin (EUA).