11 out, 2016 - 09:01
Um militar da GNR morreu e outro ficou gravemente ferido em Aguiar da Beira, durante uma tentativa de assalto. Os suspeitos fugiram e as autoridades montaram uma operação de caça ao homem, durante a qual encontraram mais duas vítimas civis e um segundo militar ficou ferido. Um civil morreu e outro está em estado crítico, desconhecendo-se as circunstâncias em que foram atingidos.
Os dois elementos da GNR – a vítima mortal, com 29 anos, e o ferido, de 41 – acorreram ao local em resposta a uma chamada de alerta de assalto numa zona industrial. "[Os dois militares] Foram alvejados no decorrer de uma acção de patrulhamento que estavam a realizar, na zona industrial de Aguiar da Beira, próximo da localidade de Vila Chã", adiantou o Comando Territorial da Guarda.
Ainda de acordo com a GNR, após a abordagem e a troca de tiros, um dos militares foi deixado no local, ferido, e o outro foi colocado na bagageira da própria viatura policial, conduzida pelos suspeitos. O carro da GNR foi “abandonado a cerca de cinco quilómetros do local”.
Durante as buscas, as autoridades encontraram um casal baleado, supostamente, pelos assaltantes. O homem, com certa de 40 anos, foi encontrado em paragem cardio-respiratória, acabando por morrer no local.
A mulher foi transferida para o hospital em estado grave e a sua morte chegou a ser noticiada. Mais tarde, o hospital de Viseu esclareceu que a vítima se encontrava a lutar pela vida.
Segundo o major Pedro Gonçalves, Relações Públicas do Comando Territorial da GNR da Guarda, o casal apresentava ferimentos de bala, "o senhor já não tinha sinais vitais" e a mulher ainda apresentava sinais de vida, encontrando-se em estado grave e a ser transportada para Viseu.
"Haverá elevado grau de probabilidade das duas situações estarem interligadas", já que o casal estava próximo do local onde a viatura da patrulha da GNR de Aguiar da Beira foi abandonada pelos suspeitos.
Um dos suspeitos já foi identificado e tem antecedentes criminais.
O alerta foi dado às 7h25, indicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro da Guarda.
Associação lamenta morte
A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) lamentou a morte de um militar durante uma tentativa de assalto em Aguiar da Beira, frisando que os agentes que fazem patrulhas deveriam ser valorizados porque arriscam a vida.
“Ainda esta noite enviámos ao Comando Geral da Guarda a nossa proposta para alterar o estatuto do militar da GNR, em que realçamos que o patrulheiro é a essência da Guarda”, disse à agência Lusa o presidente da ASPIG, José Alho.
“É aquele que morre, que vai aos assaltos, à desordem pública, sozinho com outro camarada, e é aquele que ganha menos”, lembrou. A ASPIG considerou que estes deveriam ser os militares mais bem pagos da Guarda Nacional Republicana (GNR).
“A criminalidade está cada vez mais violenta”, frisou o dirigente associativo.
A ASPIG enviou a proposta de revisão do estatuto por correio electrónico, no término do prazo, e espera agora ser chamada pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, para uma reunião. “Pensamos que há vontade política por parte da senhora ministra para fechar este assunto este ano”, indicou.
[Notícia actualizada às 00h11]