12 nov, 2015 - 19:02 • Filipe d'Avillez
O nome, em inglês, significa “Vozes Católicas” e o objectivo é precisamente formar uma série de pessoas, sobretudo jovens, para poderem dar resposta às solicitações da comunicação social quando é preciso alguém para explicar as posições da Igreja sobre um determinado assunto.
Em Portugal o grupo é chefiado por João Reis, que tomou contacto com a organização a nível internacional e pôs mãos à obra para a implantar nas dioceses portuguesas, a começar por Lisboa, onde reside.
Mais do que um serviço à Igreja, o grupo pretende ajudar os meios de comunicação social.
“O objectivo é resolver um problema que às vezes os meios de comunicação social têm: precisar de pessoas para comentar assuntos da Igreja Católica e, com a vida confusa dos jornalistas, e toda a pressão, nem sempre é fácil encontrar pessoas que estejam prontas para falar sobre tópicos controversos e que exigem um certo conhecimento. Nós procuramos prestar um serviço a eles, e indirectamente à Igreja”, explica João Reis.
Uma das dificuldades actuais, diz o fundador deste grupo em Portugal, é um clima de desconfiança que muitas vezes existe entre membros da Igreja, incluindo bispos e padres, em relação aos jornalistas. Uma visão que o Catholic Voices rejeita.
“Achamos que a comunicação social tem um papel fundamental na nossa sociedade e não temos essa posição de sermos adversários. Muito pelo contrário mesmo: acho que estão à procura de fazer perguntas para as quais é necessário encontrar respostas e nós vamos tentar dar essa resposta da melhor forma que pudermos.”
“Mais do que defender as posições da Igreja, é expor a posição da Igreja, tentar mostrar a razoabilidade de uma proposta em que acreditamos e que achamos boa, é expor as razões da nossa fé, no fundo”, explica.
“Muitas vezes temos uma ideia pré-concebida de que as pessoas são do contra, a comunicação social está do contra, a sociedade está do contra, e que nós vamos ‘defender’ a posição da Igreja. E não é tanto esse o nosso objectivo. Não queremos ir a um debate e ‘esmagar’ a oposição. Nada disso”, diz.
“Queremos estabelecer pontos de diálogo, queremos que as pessoas nos oiçam e digam: ‘Se calhar não concordo com ele, mas até existe ali alguma razoabilidade na proposta, até gostava de ouvir um bocadinho mais’, e mudar este esquema mental do combate para o diálogo, algo que o Papa Francisco está a fazer tão bem.”
Actualmente o grupo trabalha sobretudo com jovens acima dos 25 anos, mas recentemente o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que tem apoiado o projecto, sugeriu que se apostasse também em pessoas mais velhas.
A Catholic Voices – Portugal já tem uma equipa de pessoas formadas e prontas a entrar em acção, aguardando apenas o contacto da imprensa, que pode ser feito na internet, através do site do grupo e da sua página no Facebook.