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25 de Abril. Marcelo condecora MFA com a Ordem da Liberdade

24 abr, 2024 - 22:02 • Lusa

As insígnias foram atribuídas ao presidente da Associação 25 de Abril, coronel Vasco Lourenço, durante um jantar na Estufa Fria, em Lisboa.

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O Presidente da República condecorou esta quarta-feira, véspera do 25 de Abril, o Movimento das Forças Armadas (MFA), a título póstumo, com o grau de membro honorário da Ordem da Liberdade durante um jantar comemorativo da Revolução dos Cravos.

As insígnias foram atribuídas ao presidente da Associação 25 de Abril, coronel Vasco Lourenço, durante um jantar com cerca de um milhar de pessoas que decorre na Estufa Fria, em Lisboa, no qual está também o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O MFA conduziu a revolução de 25 de Abril de 1974 que pôs fim a mais de 48 anos de ditadura do Estado Novo, marcando o início do período democrático em Portugal que completa 50 anos na quinta-feira.

Antes desta cerimónia, o Presidente da República encontrou-se com alunos, no Quartel do Carmo, em Lisboa.

"O principal aliado civil" do 25 de novembro "foi o PS, e nele Mário Soares"

Marcelo Rebelo de Sousa contestou a ideia de que o 25 de Novembro de 1975 representou "a vitória da direita da direita", contrapondo que nesse momento "o principal aliado civil foi o PS, e nele Mário Soares".

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma aula-debate com cerca de 300 alunos do ensino secundário sobre os 50 anos do 25 de Abril, em resposta a um jovem que lhe perguntou se não considerava que o 25 de Novembro merece mais destaque.

O chefe de Estado começou por realçar que a Comissão Executiva para as Comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril incluiu no seu programa o 25 de Novembro como uma das datas a assinalar, entre outras, porque "foi um momento importante naquele período de dois anos que vai de 1974 a 1976".

"Portanto, tem lógica. Não é o único, não foi o único, não vai ser único, mas tem lógica", considerou.

Depois, o Presidente da República quis explicar "quem fez o 25 de Novembro" e afirmou que "é bom que fique claro" que o desfecho desses acontecimentos se deveu "ao contributo de muita gente", desde logo, do grupo de militares subscritores do "Documento dos Nove".

Esse grupo de militares "ia desde uma área de direita moderada democrática ou centro-direita até à esquerda – não apenas PS, mas à esquerda do PS", excluindo "alguns setores radicais mais à esquerda", descreveu.

"Mas podemos dizer, depois, para sermos justos, que houve aliados civis. E eu, para ser justo direi, que o principal aliado civil foi o PS, e nele Mário Soares, que também deu o seu contributo como aliado", defendeu.

O Presidente da República referiu que "houve vários outros aliados de partidos mais à direita, no PSD ou independentes", e destacou o "gesto decisivo" do então Presidente da República Costa Gomes, que falou com Álvaro Cunhal para lhe transmitir o que "entendia que devia ser feito pelo PCP".

"E essa conversa também ajudou no 25 de Novembro", declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa concluiu que hoje "muita gente fala no 25 de Novembro numa visão muito simples, que é: foi a vitória da direita da direita, civil e militar".

"Isso não correspondeu àquilo que se passou a 25 de Novembro. Portanto, há um setor de direita mais radical que teria preferido uma solução que não foi aquela atingida em 25 de Novembro, como, aliás, setores de esquerda radical teriam preferido uma solução que não aquela que foi atingida", acrescentou.

Os acontecimentos do 25 de Novembro, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC).

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