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França

Macron vai proibir protestos dos Coletes Amarelos "mal sejam detetados radicais"

18 mar, 2019 - 16:28 • Redação com Reuters

Depois de um sábado particularmente violento nas ruas de Paris, o 18.º consecutivo de manifestações, chefe da polícia de Paris foi despedido.

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Os protestos dos coletes amarelos em Paris, que decorrem há 18 fins-de-semana consecutivos, podem vir a ser proibidos. É essa a intenção do Presidente de França, Emmanuel Macron, avançada pelos media locais e agências esta segunda-feira após uma reunião de emergência entre Macron e as forças de segurança.

Depois de outro sábado de violência na capital, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou que o chefe da polícia de Paris foi despedido e que o Governo vai travar novos protestos dos coletes amarelos caso seja identificada a presença de grupos violentos nas fileiras do movimento.

"A partir do próximo sábado, vamos proibir protestos dos coletes amarelos em bairros mais duramente atingidos [pelas anteriores manifestações] mal seja detetada a presença de grupos radicais empenhados em causar danos", declarou na televisão.

A ideia surgiu depois de consultas entre Macron e os ministros da Justiça e do Interior na sequência dos mais recentes atos de violência - que, uma vez mais, a polícia não conseguiu conter.

Durante o último sábado, grupos de manifestantes ligados ao movimento causaram estragos nos Campos Elísios, depois de a polícia ter tentado derrubar as barreiras erguidas pelos agitadores.

O último balanço avançado pela polícia aponta para cerca de 10 mil pessoas reunidas na capital nesse dia, o 18.º sábado consecutivo de protestos em Paris, que voltaram a transformar-se em tumultos, com carros incendiados e lojas destruídas e saqueadas ao longo daquela avenida. A polícia de choque respondeu com gás lacrimogéneo e outros projéteis, levando a que um jornalista do canal Russia Today tivesse de ser hospitalizado.

Segundo Philippe, havia cerca de 1.500 radicais entre os manifestantes este sábado cuja única missão era "saquear, destruir propriedade privada e causar danos", algo que classifica como "atos criminosos" que exigem uma "resposta forte" do Governo.

Na quarta-feira, será anunciado o novo chefe da polícia da capital, adiantou o primeiro-ministro, acrescentando que os agentes da polícia no terreno terão mais autonomia na hora de atuar face aos protestos e mais equipamento para controlar os agitadores, incluindo drones.

Confrontos anteriores com a polícia já tinham resultado em feridos, com o grupo ativista “Desarma-os” a avançar que já registou pelo menos 150 ferimentos graves. Neste último fim-de-semana, as autoridades detiveram mais de 100 pessoas.

Os dados do Governo francês mostram que mais de 2.000 manifestantes e mais de 1.000 agentes da polícia ficaram feridos desde o início dos protestos em novembro.

A onda de violência que assolou Paris no final do ano até deu mostras de acalmia no princípio de 2019. A realidade mudou entretanto, levando Macron a prometer neste último sábado "medidas fortes" para impedir novos episódios como os que foram registados este fim-de-semana.

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