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Visto de Fora

Acabou-se a "Doce França"

01 mar, 2019 - 12:03

Desta vez, analisamos os mais recentes episódios do Brexit e a controvérsia sobre o véu islâmico em França. Em Portugal, os 20 anos do Bloco de Esquerda são um dos temas comentados nesta edição do Visto de Fora.

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Visto de Fora - O país visto por dois jornalistas estrangeiros a viver em Portugal - 01/03/2019

Em França, tem-se assistido a um aumento de ataques anti-semitas a símbolos e locais judaicos. Olivier Bonamici lamenta que se esteja a perder a “Douce France, cher pays de mon enfance” que se ouvia numa canção dos anos 40. “É uma França doce” que se está a perder. O correspondente francês diz que que há um “savoir vivre” que se está a perder nas últimas décadas. “A maioria não sabe viver com as minorias e as minorias não sabem viver entre si”. “No caso dos judeus, a nova arma dos anti-semitas é dizerem que são anti-sionistas”, explica Olivier, que vê no conflito israelo-palestiniano um mal-estar que se exportou para França, causando um problema grave.

Espanha também continua nas primeiras páginas, porque prossegue o julgamento dos independentistas catalães. Begoña Iñiguez observa que toda a comunicação social está mais focada na pré-campanha das Legislativas e que, neste momento, “o que se debate mais é a possível influência do resultado deste julgamento nas eleições do final de Abril e menos na questão jurídica”. Há perigo de uma coisa contaminar a outra, mas a correspondente espanhola espera que os poderes não se misturem.

Brexit “cada vez mais na mesma”

Depois das deserções nos Partidos Trabalhista e Conservador, arrasta-se o processo que começa a parecer mais uma novela. Olivier cita Juncker para dizer que “o Brexit já cansa”, mas acha que os britânicos vão acabar por chegar a um acordo para assinar a saída controlada dos 28. Para Olivier, May tem tido a sorte de ter uma oposição enfraquecida para ir arrastando o processo.

Para Begoña, estamos a assistir à fragmentação dos partidos tradicionais em toda a Europa, mas desdramatiza. Cercio Ramirez, Prémio Cervantes com quem a correspondente espanhola falou há dias, dizia-lhe que “este é o fim de uma era que não nos deve assustar demasiado porque algo há de vir a seguir”. “Os europeus estão fartos dos remédios tradicionais e vai ser preciso ir ao encontro das pessoas para que os partidos tradicionais não se esgotem”, afirma.

Por cá...

Olivier Bonamici e Begoña Iñiguez preveem dificuldades para o crescimento do BE, enquanto o PS se mantiver em alta nas sondagens.

A contratação de médicos portugueses pela Galiza é outro dos assuntos da semana. Begoña não compreende que o SNS perca desta forma profissionais em que investiu.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
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  • João Lopes
    01 mar, 2019 Viseu 20:15
    Os funcionários públicos tiveram reposição de rendimentos, mas não têm os meios para fazer o seu trabalho. Os mais pobres não têm dinheiro para ir a hospitais ou escolas privadas. E não há dinheiro para consertar barcos e comboios, comprar seringas, medicamentos e exames. António Costa e o PS assim como os comunistas do PCP e do Bloco são os culpados por esta situação. Enganaram toda a gente em especial os mais pobres e os mais necessitados...

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