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França vai repatriar mais de 100 jihadistas da Síria

29 jan, 2019 - 14:50 • Filipe d'Avillez com agências

Os ex-membros de grupos terroristas, como o autoproclamado Estado Islâmico, estão detidos. Paris teme que aumento da instabilidade culmine na sua fuga.

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França tem em marcha planos para repatriar cerca de 130 cidadãos seus que se encontram detidos na Síria, por terem combatido em grupos terroristas.

Atualmente, os militantes estão detidos pelas Forças Democráticas da Síria (FDS), uma milícia liderada pelos curdos do YPG, mas que inclui milícias árabes e cristãs e que ocupa o nordeste da Síria.

Há muitos meses que as FDS pedem aos países europeus e ocidentais que repatriem os seus cidadãos, levando-os de volta para os seus países, mas até agora nenhum tomou medidas nesse sentido.

Neste momento, há receios de um aumento da instabilidade, com os Estados Unidos a planear uma retirada das suas tropas da região, abandonando assim o apoio direto que dão às FDS, e com a Turquia a ameaçar invadir a região fronteiriça para a livrar da presença de milícias curdas, que acusa de serem uma extensão do PKK, grupo que luta contra o Estado turco há várias décadas.

Para evitar que, na sequência do aumento da instabilidade, haja alguma fuga ou insurreição por parte dos jihadistas presos, muitos dos quais combateram com o autoproclamado Estado Islâmico, França quer agora levá-los de volta para o país, para serem detidos e julgados em casa.

Para além de ex-combatentes, há também dezenas de mulheres e filhos, nem todos com a mesma nacionalidade que os maridos ou pais.

“Todos os que regressarem a França serão presentes a juízes e estes decidirão se é necessário prendê-los”, disse o ministro francês do Interior, Christophe Castaner, em declarações ao canal francês BFMTV.

“Os americanos estão de saída. Há pessoas que estão detidas porque os americanos estão lá e que serão libertadas [quando as tropas dos EUA saírem da Síria]. Essas pessoas quererão regressar a França”, acrescentou.

Entre os franceses que estão detidos pelas FDS inclui-se Adrien Guihal, um influente líder do autoproclamado Estado Islâmico que terá sido responsável por planear ataques em França, incluindo o de Nice, que matou 87 pessoas.

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