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Ministro destaca "mudança de práticas por parte de escolas" que inflacionam notas

19 nov, 2018 - 18:48

Tiago Brandão Rodrigues diz que as inspeções são para continuar para aumentar a transparência” e a “justiça no acesso ao ensino superior”.

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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, diz que as ações da Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) já estão a dar resultados e a mudar práticas nas escolas que inflacionam as notas dos alunos.

“Nos dois anos consecutivos em que a Inspeção-geral esteve nessas escolas, neste segundo ano nota-se já uma mudança de práticas por parte das escolas que faz com que esse desalinhamento que existia de forma muito marcado no primeiro ano diminuiu em 80% dessas escolas”, avança Tiago Brandão Rodrigues.

Em declarações aos jornalistas, o ministro considera que o relatório, conhecido esta segunda-feira, “é muito importante para aumentar a transparência” e a “justiça no acesso ao ensino superior”.

Tiago Brandão Rodrigues diz que as inspeções são para continuar: “este é um trabalho sistemático que queremos fazer em todo o universo de escolas, para que verdadeiramente as escolas tenham práticas que possam ser comparáveis”.

O presidente do Conselho de Escolas considera que a autonomia e a flexibilização dos critérios de avaliação fazem com que se torne redutor dar mais destaque às escolas que alegadamente inflacionam as notas dos alunos.

"Há escolas que têm critérios que consideram mais elementos na avaliação dos alunos, valorizando o que o aluno faz todos os dias, e outras que valorizam mais o desempenho em testes. Com tantos professores a avaliar, tão diferentes e em tão diferentes regiões não podemos ter um guião", disse à agência Lusa o presidente do Conselho das Escolas, José Eduardo Lemos de Sousa.

Um relatório da Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) revela as estratégias usadas pelas escolas para inflacionarem as notas do alunos.

A notícia do jornal “Público” diz que os estabelecimentos fazem “vista grossa” aos critérios de avaliação que eles próprios definem para poderem atribuir classificações mais elevadas.

Segundo este relatório, são usados domínios como a oralidade ou as atividades laboratoriais que, por não terem testes ou outros critérios mensuráveis que permitam suportar as avaliações feitas pelos professores, são usados para "puxar" as notas dos alunos.

Outro fator usado é o “domínio social e afetivo”, mais um dos parâmetros tidos em conta quando um professor avalia os seus estudantes e que não tem directamente a ver com a matéria dada. A ponderação desta dimensão (que inclui o comportamento, a assiduidade e a pontualidade) pode variar, dependendo das escolas ou da disciplina, entre os 5% e os 30% da nota final.

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