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​Centeno em Itália para salvar Orçamento

09 nov, 2018 - 14:45

Esta semana voltamos a destacar a situação em Itália. O Orçamento de Roma foi discutido no Eurogrupo e Mário Centeno está em Roma, onde vai encontrar-se com o ministro das Finanças e o Primeiro-ministro italianos. Já esta manhã, o ministro italiano da Economia, reafirmou que Roma vai manter as linhas essenciais do Orçamento, apesar do chumbo da Comissão Europeia e que Itália está comprometida a respeitar um défice máximo de 2,4%.

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Visto de Bruxelas (09/11/2018)

A Itália explicou mas não convenceu. E ficou isolada na reunião do Eurogrupo esta semana. Todos os ministros das Finanças da zona euro concordaram com a Comissão e pediram à Itália um novo orçamento para 2019, já que a primeira proposta foi chumbada por não cumprir as regras orçamentais. À entrada para a reunião, Mário Centeno lembrou a importância de obter um novo orçamento em linha com as regras.

Comissão e o Eurogrupo estão preocupados com os valores do défice, da dívida e do crescimento económico em Itália nos próximos anos. O Governo de Giuseppe Conte tem até à próxima terça-feira para apresentar uma nova proposta. No final do Eurogrupo, o ministro Giovanni Tria não esclareceu se o Governo vai apresentar qualquer alteração.

Bruxelas está disponível para o diálogo mas deixa o alerta: as regras são para cumprir e não para negociar, lembrou de novo ontem o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici: “É necessário que as regras sejam respeitadas e que o processo seja respeitado. A Comissão não pode fazer de outra forma, não deve fazer de outra forma. Não tem autorização para fazer de outra forma, ninguém iria compreender que fizesse de outra forma que não agir no âmbito das regras. Regras que a Comissão interpreta com boa vontade, flexibilidade, inteligência e subtileza. E continuaremos assim”.

São regras da zona euro que o Governo populista e anti-União Europeia em Itália não parece por agora querer cumprir. Mantendo um braço-de-ferro com desfecho imprevisível e que preocupa os parceiros europeus.

De resto, ainda esta quinta-feira, numa entrevista à Renascença, o comissário europeu com a pasta da Inovação, o português Carlos Moedas, dizia que esta situação do Orçamento italiano é mais preocupante do que o Brexit.

Lisboa/Bruxelas e as previsões desfasadas

Outro tema económico que dominou esta semana, as previsões de Outono da Comissão Europeia publicadas ontem, com Bruxelas a prever um défice de 0,6% no próximo ano, sem qualquer melhoria do saldo estrutural e ainda o abrandamento da economia. Tivemos, mais uma vez, diferenças entre as previsões do Governo e as de Bruxelas. Mas a principal diferença em relação ao Governo está naquilo que se prevê para a despesa pública, Bruxelas não acredita no corte de 800 milhões.

O Primeiro-ministro respondeu esta amanhã através da rede social Twitter, comparando as previsões da Comissão Europeia com os resultados económicos alcançados em 2016 e 2017 em termos de Produto Interno Bruto (PIB), défice orçamental e desemprego para mostrar que Bruxelas tem errado nas suas estimativas.

PPE já tem candidato à sucessão de Juncker

Esta semana decorreu em Helsínquia o congresso do PPE de onde saiu o candidato do Partido Popular Europeu à presidência da Comissão Europeia. Manfred Weber, alemão, líder do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu, foi o escolhido no congresso e era, também, o nome apoiado por Rui Rio, líder do PSD. Weber que vai ter que enfrentar na corrida à presidência da comissão europeia o candidato dos socialistas, Frans Timmermans, holandês, primeiro vice-presidente da comissão Juncker.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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