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Tancos. Ex-chefe de gabinete terá informado ex-ministro sobre encenação

25 out, 2018 - 07:30

O tenente-general Martins Pereira terá contado aos procuradores que foi informado por dois dos envolvidos no esquema de recuperação das armas de Tancos.

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Afinal, o ex-ministro da Defesa saberia da farsa de Tancos. O ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes tê-lo-á informado do memorando sobre a recuperação do material militar furtado na base de Tancos que lhe chegou às mãos, pelo então diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), o coronel Luís Vieira.

Segundo os jornais "Público" e "Correio da Manhã", a garantia foi dada pelo ex-chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa no interrogatório a que foi submetido pelo Ministério Público.

O tenente-general Martins Pereira foi ouvido, na quarta-feira, durante mais de cinco horas pelos magistrados do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), na qualidade de testemunha.

Terá dito que, assim que recebeu o memorando sobre a operação encenada passou a informação ao governante, a quem ligou através da aplicação WhatsApp. Martins Pereira colocou o seu telemóvel à disposição dos investigadores para perícia, para que seja comprovado aquilo que alega.

Na primeira declaração pública sobre o assunto, um comunicado enviado à agência Lusa, o ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes confirmou que esteve reunido com o coronel Luís Vieira, na altura diretor da PJM, e com o major Vasco Brazão, porta-voz da PJM, em novembro do ano passado, mas disse que nunca percebeu qualquer "indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos". Mais tarde, admitiu ter recebido o memorando nessa reunião.

A 25 de setembro, no âmbito da "Operação Húbris", a Polícia Judiciária deteve o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil, e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.

Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas". O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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  • João Lopes
    25 out, 2018 Viseu 12:44
    Se o ex-ministro da Defesa sabia da trapalhada que envergonha as forças armadas, com grande probabilidade deu a conhecer a situação ao Primeiro- Ministro. Ainda vamos ver que António Costa foi conivente e terá que abandonar o Governo de Portugal. Oxalá que não, mas…

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