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Arcebispo denuncia tentativa de erradicar a presença cristã na região norte da Síria

04 set, 2018 - 16:17 • Ana Lisboa

A situação, denunciada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, ganhou um relevo considerável nos últimos dias, com o encerramento de algumas escolas cristãs naquela zona do país.

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Diversas escolas cristãs localizadas no nordeste da Síria foram encerradas no final de Agosto, por ordem das autoridades curdas que administram a região.

De acordo com o "site" de informações ankawa.com, as escolas que fecharam portas estão todas situadas na província de Hassaké e a razão invocada pelos responsáveis do governo regional autonómico da Federação Democrática do Norte da Síria (não reconhecido pelo governo de Damasco), é que se pretende impor o ensino obrigatório da língua curda em todas as escolas.

Há notícias que dão conta de que, na sequência desta decisão, milícias curdas, recorrendo à força, obrigaram a dispersar manifestações de pais que protestavam contra o encerramento das escolas, nomeadamente, junto à Igreja Ortodoxa Síria.

Não é a primeira vez que uma situação destas acontece. No início do mês passado, foi fechada uma outra escola por ter recusado adoptar o currículo escolar baseado no ensino da língua e cultura curdas.

Estes factos vêm dar força às palavras do Arcebispo Sírio-Católico de Hassaké-Nisibi, D. Jacques Behnam Hindo, que em declarações à Fundação AIS acusa o governo regional de ter uma estratégia que passa pela erradicação da presença cristã no nordeste da Síria.

“Há anos que eu repito que está em andamento uma tentativa de eliminar a presença cristã desta área da Síria”, afirmou D. Jacques Hindo, acrescentando que “desde o início do ano, a administração local apropriou-se de uma centena de escolas estaduais, impondo o seu próprio currículo e os respectivos livros didácticos”.

Este responsável considera ainda que as autoridades do governo regional autonómico da Federação Democrática do Norte da Síria “não querem que se ensine na língua da Igreja, o siríaco antigo, e não querem que ensinemos história, porque eles preferem ensinar a sua própria história aos estudantes”.

Os responsáveis da Igreja desconhecem se vão ser encerradas outras escolas, mas cresce o temor de que a decisão das autoridades regionais não se fique por aqui, até porque só em Hassaké há seis estabelecimentos de ensino ligados à comunidade cristã.

O encerramento das escolas cristãs pode ser entendido como uma tentativa de “curdizar” a região, o que se poderá traduzir, num futuro mais ou menos próximo, no afastamento da comunidade cristã local.

Por isso, D. Jacques Hindo lança um apelo à comunidade internacional para agir em defesa dos cristãos. O Arcebispo diz que “o Ocidente não pode ficar em silêncio”. “Se vocês são realmente cristãos, devem denunciar o que está a acontecer e impedir novas violações dos nossos direitos e novas ameaças à nossa presença na região."

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  • VIRIATO
    05 set, 2018 CONDADO PORTUCALENSE 14:06
    Isto é que a R.R., em vez de fazer a perseguição vergonhosa a Trump, devia denunciar a assassina perseguição de que todos os cristão que nascem em países de esmagadora maioria muçulmana sofrem. A igreja católica tem as mão sujas que sangue dos desgraçados que sofrem aberrações cometidas pelos sarracenos...sarracenos que são convidados a vir para Portugal o eldorado da emigração ilegal e em que o poder político fornece condições de vida que não dá aos nativos da nossa nação. Mas o fim deste regime...está perto.

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