Entrevista Renascença

Costureiro Tony Miranda: “Com o salário mínimo não se compete em lado nenhum”

21 out, 2022 - 19:00 • Maria João Costa

Aos 74 anos, Tony Miranda lança a coleção “Recomeçar” e baixou os preços para reconquistar o mercado. Com clientes na sua maioria estrangeiros, o costureiro diz que não usa tecidos portugueses na alta-costura. O empresário que tem o sonho de abrir uma escola de alta-costura em Portugal, antevê problemas na economia nacional com tantos subsídios.

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Diz que não quer saber da reforma. Aos 74 anos, o costureiro Tony Miranda está a lançar uma nova coleção a que deu o nome “Recomeçar” e onde têm uma linha “couture”, com preços mais acessíveis. Depois da pandemia o ter feito travar a fundo, o designer de alta-costura quer agora chegar a outros clientes.

No seu atelier, em plena Avenida da Liberdade em Lisboa, onde nos recebeu tem fotografias de alguns dos seus clientes, “dos que se deixam fotografar”. Entre eles estão príncipes e princesas das arábias ou muitos chefes de Estado internacionais, um dos quais João Lourenço de Angola. Em entrevista à Renascença, o empresário que partiu aos 14 anos para Paris e que trabalhou com estilistas como Ted Lapidus, fala da indústria e da economia nacional, diz que com salários baixos, Portugal não tem competitividade e lamenta não haver mercado para o têxtil da alta-costura.

Na memória de Tony Miranda ainda está o primeiro fato que fez aos 14 anos, para um amigo que se ia casar. Nos seus sonhos, em 2022, há ainda um por cumprir. O costureiro gostava de formar uma nova geração, mas apesar de já ter falado com autarcas e Governo, ainda não conseguiu lançar o projeto para o qual oferece o seu conhecimento e experiências.

A alta-costura não é só dar pontinhos, há muito pormenor e é isso que faz a diferença, e, sobretudo o corte

Já lhe terão feito esta pergunta muitas vezes, mas como é que a moda aconteceu na sua vida?

Eu já expliquei isso tantas vezes. A realidade é que eu sempre digo que nasci no meio dos trapos. A minha mãe era costureira e eu acho que toda a influência vem da minha mãe.

Foi para Paris muito novo?

Fui com 14 anos para Paris.

O que é que o levou a sair de Portugal nessa altura?

Era a moda! Vi uma coleção do Christian Dior na televisão. Foi na primeira vez que vi televisão, porque não havia nessa época. Só aquelas pessoas com grandes meios é que tinham televisão. Depois fiquei tão entusiasmado que a partir desse dia, não descansei sem ir para Paris. Nessa altura, era bastante complicado, mas com muita força e querer consegui ir para Paris e aí começa toda a história da minha vida na moda.

Foi trabalhando em vários ateliês. A passagem pelo atelier de Ted Lapidus foi crucial no seu percurso?

Foi muito importante na minha vida. Foi lá onde conheci grande parte da clientela que ainda hoje tenho. Ainda é essa clientela do Ted Lapidus! Foi um tempo fantástico, porque deram-me a possibilidade de criar e fazer coleções de alta-costura. Confiaram numa pessoa tão jovem para fazer coleções de alta-costura, foi uma sorte que tive!

Que idade tinha nessa altura?

18 anos. Acho que estava no meu melhor, com muita força e com muitas ideias e, sem dúvida, foi fantástica a oportunidade que me deram! Isso é que é importante, porque se não houvesse essa oportunidade, com certeza que hoje não tinha a situação que tenho.

Porque confiaram em si?

Confiaram e viram os resultados! Não foi assim tão fácil. Antes de passar à criação, eu trabalhei, passei por tudo, por todo o atelier, desde fazer a peça inicial até ao fim, para dar provas que realmente que era capaz.

Isso é muito importante? Saber fazer tudo, desde cortar, coser um botão até desenhar?

Acho que é o mais importante! Eu não sou um grande desenhador. Desenho quando é preciso para mostrar a uma cliente. Mas, por exemplo, para criar uma coleção, não necessito estar a desenhar, nem perco tempo com isso.

Sai da sua cabeça?

É da minha cabeça que passa diretamente para o manequim. Mesmo depois, aí é que é importante. É preciso saber que estamos a fazer o molde, mas que há coisas que não podem fazer-se conforme tinha na cabeça. Tem de se mudar. É aí que é o espírito criativo! Ou és, ou não és. Tenho uma designer que trabalha comigo há 19 anos

Trabalha em equipa?

Quando faço uma coleção, é uma equipa que trabalha, e estou sempre aberto a todas as ideias das pessoas que trabalham comigo, porque fui eu que os formei. Às vezes há pormenores em que eles ainda vão mais longe. Isso é que é maravilhoso! A alta-costura não é só dar pontinhos, há muito pormenor e é isso que faz a diferença, e, sobretudo o corte. O corte é que é mais importante. Podes fazer num papel um desenho muito giro, muito lindo. Mas se não interpretares o que é esse desenho, no fim pode não se parecer em nada aquilo que desenhaste. Acho que a parte mais importante é o corte, é saber cortar, saber fazer a modelagem. Quando faço uma tela, estou a ver o vestido feito.

Depois de todo esse percurso em Paris, há uma altura que decide vir para Guimarães, em Portugal. Sentiu essa necessidade de passar o seu conhecimento, formar novas gerações?

Eu ainda sonho, e acho que ainda vou conseguir montar uma escola. Já fiz tantas propostas aos políticos, em Guimarães. Estava disposto a dar o meu trabalho, e mesmo o atelier, recebendo jovens para aprender esta profissão. É uma profissão que se vai perder. Tudo o que esses jovens aprendem nas escolas, é a desenhar. Depois dão a uma costureira e a costureira faz. Eles ou encontram uma boa costureira para continuar, ou então acabam por ali.

Nem em Portugal, nem qualquer país do mundo tem possibilidade de ter tantos estilistas como saem todos os anos. Eu acho que os professores das escolas não têm a coragem de dizer a essa juventude que é muito complicado.

Esses grandes costureiros como o Givenchy, ou o Saint Laurent, Pierre Cardin e todos eles, começaram a aprender sentados no banco a coser. E são esses que ficaram e que vão ficar! Mesmo a nova geração, ainda funcionam porque ainda têm o que se chama "première main", que é a costureira principal. Ela é que sabe e que dá alma à casa. Se ela desistir, acabou-se, não há mais ninguém!

Essas conversas que tem feito com os vários políticos de que fala, não tem tido eco? Sente que a sua vontade para construir uma escola de moda não tem tido êxito?

Nem era preciso construir, basta um espaço, um atelier, porque não se vai meter muita gente. Aprendendo esta profissão do princípio ao fim, em qualquer país do mundo, encontra-se trabalho!

A economia portuguesa vai ter problemas, porque é tudo muito bonito e bom de dizer: "Damos aqui, e damos acolá", e o dinheiro?

Estamos aqui na Avenida da Liberdade na sua loja e atelier. Tem muitos clientes que não são portugueses?

Sim, a maior parte não são portugueses.

Porque é que os portugueses não são sensíveis à alta-costura?

Acho que, por um lado, o pouco conhecimento. Segundo, também é uma questão de preço. Uma peça de alta-costura tem o seu custo. Por isso é que eu nesta coleção, vou ter uma segunda linha, "couture", é um semi manual. Será muito mais acessível, e depois vamos ter aqueles modelos mais sofisticados que é para essa clientela invisível.

Clientela invisível, mas que se mantém fiel a si há muitos anos. Há clientes que traz de Paris?

Muitos! Muitos, não! Na alta-costura há sempre poucos clientes, mas que são fiéis, sim!

Que tipo de relação é que cria com esses clientes? Como é que se cultiva essa clientela?

Um cliente desses passa a ser um amigo! Aliás, eu sou recebido nas residências principais deles. Já tive um grande cliente que mandava sempre um avião para me vir buscar pessoalmente a Paris, para fazer as suas provas e as suas escolhas. Era fantástico. Tinha um respeito. Ele dizia que eu contava mais do que muitos que se consideravam amigos dele. Comigo era uma amizade diferente. Gostava daquilo que eu fazia, que o tornava mais alegre. A roupa, queira-se, ou não, faz uma diferença muito grande.

Que diferença é essa?

Estávamos a dizer a mesma coisa no corte e no trabalho. Um casaco leva muitas horas, mas tem as formas que lhe damos manualmente. Isso é impossível fazer no pronto-a-vestir, por muito bom que seja.

Como é o seu dia-a-dia? Está cá em Portugal em permanência?

Estou cá em Portugal, e passo mais também em Guimarães, porque é onde temos o atelier. Venho a Lisboa por marcações. Depois tenho os meus clientes fora.

Guimarães é um dos epicentros da grande indústria têxtil em Portugal. Sente que a indústria têxtil poderia já ter ido mais além, o país não tem dado o devido reconhecimento?

Acho que nós temos um país com muitas capacidades no têxtil, mesmo no têxtil lar. Trabalhamos para muitas marcas em Portugal. Somos muito conhecidos lá fora. Também temos aqui uma boa confeção, porque as maiores marcas que existem, tanto a Armani e outros, são feitas cá em Portugal. Nós temos uma mão de obra fantástica.

Agora, no que respeita ao meu ofício, o trabalho manual, há muitos alfaiates que acabam por ir para a reforma, porque os anos passam, mas não há aprendizes. Hoje já se começa realmente a falar com um certo respeito sobre o alfaiate, porque ele já não existe, e já se fala do alfaiate. Mas quando eu cheguei cá, quando dizia alfaiate, diziam, "coitado, é um que faz uns fatinhos!". Consideravam mais importante o pronto-a-vestir do que o que o alfaiate faz.

Eu já tive casos, quando cá cheguei, de um senhor, um industrial, que me disse que queria fazer dois ou três fatos. Quando lhe disse o preço, ele virou-se para mim, e disse: "- Ah, isso é impossível! Isso fica mais caro do que a Boss!". E eu disse-lhe: "- O senhor vai fazer-me um favor, vou-lhe abrir a porta, está no sítio errado. Se o senhor não compreende mais do que isso, talvez mais tarde vá compreender. Não vale a pena continuar a nossa conversa. Mais vale realmente ir comprar feito. Olhe para o espelho, e um dia, se quiser realmente fazer um fato em condições, venha à minha casa, vai pagar o preço que lhe disser. É o justo preço que vai pagar, e vai ver à frente do espelho, a diferença que faz". São coisas assim que se passam.

Mas falta, não só formação, como educação para a alta-costura, sensibilidade do cliente?

Claro. Eu tenho um fato que comprei de propósito para ter aqui de uma marca, e eu sem o cliente saber, visto-lhe o casaco e vai para o espelho, e diz "não está mal". Agora vai vestir outro. Quando visto o segundo, aqueles que são feitos em minha casa, a diferença é enorme.

É preciso conhecer. Agora aquele que nunca fez fato que tenha um bom corte, que tenha um trabalho e uma boa matéria-prima, claro que não tem conhecimento. Mas há muitos clientes aqui que até compram marcas caríssimas, que têm preços elevados, só que são só marcas conhecidas.

Falou da questão da matéria-prima. Essa é uma das suas principais preocupações? Ela é produzida em Portugal?

Eu não compro tecidos em Portugal. Tenho pena, mas a verdade é que nós temos bons tecidos, mas é mais para o pronto-a-vestir. Para a alta-costura tem que ser algo mais, e ainda não temos. Não é que eles não sejam capazes.

Não há mercado?

O mercado é diferente. Não pode dar por um fato 150 ou 200 €, quando só isso não chega para um metro de tecido.

Tony Miranda está há muitos anos em Portugal, tem uma longa carreira como empresário. Como é que vê a situação económica nesta altura no país?

Eu acho que a economia portuguesa vai ter problemas, porque é tudo muito bonito e bom de dizer: "Damos aqui, e damos acolá", e o dinheiro? Onde é que se vai buscar? Será que teremos dinheiro para pagar tudo isso que nos prometem? Eu acho que não. Eu acho que não, e é pena. No meio empresarial, aqui há muitos estrangeiros e muitas marcas, mas porque têm preços.

A partir do momento em que a mão de obra não justifique, eles vão procurar outros países onde a mão de obra é mais barata. Claro que também não podemos dizer assim: "não vamos continuar com salários baixos”, não. Quem dera que se pudessem aumentar os salários, muito mais. Agora temos que ver se realmente o país está preparado para isso.

É preciso mudar um bocadinho a mentalidade do português que lá fora trabalha, e está pronto a fazer muita coisa, e quando chega aqui não quer fazer nada

E acha que está?

Acho que não. Às vezes converso com certas pessoas que dizem que com esse preço e com as matérias-primas a subir, porque nós temos que as comprar, é difícil de competir.

Mas não acha que Portugal teria condições para produzir e fazer melhor e vender mais?

Acho que passa primeiro por uma boa formação para sermos capazes de competir com outros países que têm o seu preço e que trabalham com salários muito mais importantes. Acho que nos habituámos muito ao salário mínimo, e não evoluímos. Pensamos que com o salário mínimo vamos conseguir competir. Eu acho que não. Com o salário mínimo, não se compete em lado nenhum.

Em França, vemos que há um salário muito mais elevado. Claro que tudo é muito mais caro. Nós temos que realmente compreender que se aumentarmos o salário, as coisas também vão aumentar. Mas dá mais a possibilidade, porque acho que um funcionário quando tem um salário mais elevado, trabalha melhor, trabalha mais com gosto.

Cá em Portugal, sabemos que o português é bom! Quando ele trabalha fora toda a gente gosta do português. Mas também é preciso mudar um bocadinho a mentalidade do português que lá fora trabalha, e está pronto a fazer muita coisa, e quando chega aqui não quer fazer nada. Isso também é um problema.

Eu acho que é uma questão de formação, uma questão de informar bem as pessoas daquilo que é a realidade, e dizer a verdade. Não andarmos cá a esconder e dizer que vão dar, na época das eleições e depois mais tarde, não conseguem dar aquilo que prometem.

Teve essa experiência de deixar o país, fazer a sua carreira lá fora, mas sente se profundamente português?

Eu sou português e sempre fiz questão de dizer que era português, embora no meu trabalho, às vezes, diziam: "tu não és português". Achavam que eu era mais italiano que outra coisa. É verdade que na moda não se encontra português nenhum em Paris, e havia muitos italianos, gregos e espanhóis. Eu caí no meio só.

Mas eu fui sempre fiel a ser português, e vou continuar a ser fiel, claro que sim! Agora, se me perguntar se não gosto de Paris? Eu adoro Paris, e faz-me falta e tenho que lá ir de vez em quando, mesmo que não seja para trabalho. Se passar um mês sem ir a Paris já é um problema. Tenho mesmo que ir e venho de lá com uma força e com outras ideias. Paris inspira-me a parte criativa.

Está a lançar uma coleção. Apresentou este desfile "Recomeçar - Liberdade e Paz". Nestas três palavras está também muito daquilo que Tony Miranda quer nesta fase da sua vida criativa?

As razões de criar esta linha "couture" é para abranger mais gente. Para não ser só aquelas que se vestem na alta-costura. Com esta linha uma pessoa pode-se vestir em minha casa e ser elegante a preços acessíveis. Uma pessoa que tenha uma boa situação! Isso é o meu objetivo com esta coleção.

"Liberdade e Paz", diz também muito sobre aquilo que estamos a viver hoje em dia na Europa. Por um lado, estamos a assistir a uma guerra. Por outro lado, vemos muitas vezes a liberdade ser ameaçada. É também uma declaração de intenções o título desta coleção?

Sim, eu acho que a Liberdade é a coisa principal. Temos que a preservar, agora que temos esta guerra. Você vê as pessoas, mesmo na Ucrânia, com a guerra, e que vivem. Vê nas reportagens as pessoas na rua a consumirem, vão aos restaurantes, aos cafés, os terraços todos cheios. Isso quer dizer que as pessoas têm esperança, e que esta guerra vai acabar com certeza, espero o mais rápido possível.

Se olharmos bem para o mundo fora, sempre houve uma guerra. Se não for essa, outra virá. Veja o que se passa. Temos o Paquistão, a Síria, que estão sempre em guerra. Fala-se menos, porque é mais longe. Mas a guerra está lá.

Conhece bem o mercado asiático e árabe. Tem muitos clientes nesses mercados?

Árabes, sim.

São pessoas que o procuram regularmente? ou as circunstâncias da guerra e sobretudo, da pandemia afetaram o seu negócio?

A pandemia para mim foi fatal, realmente. Nós tínhamos marcações na Arábia Saudita e tiveram de ser anuladas por causa das viagens. Já está normalizado? Não, e nunca vai estar! O mundo, acho que mudou com isto. Mudou muito, mesmo. Esperamos recuperar uma parte, tornar a fazer com que as pessoas se vistam, que saiam e façam festas. É isso que faz trabalhar o nosso ofício, mas acho que vai levar o seu tempo.

Esses clientes são pessoas que podem estar anos sem se vestir, porque têm muita roupa. E às vezes, peças que pegaram nelas uma vez. Não se vestem por necessidade. Vestem-se por prazer. Ora essa parte do prazer, das festas, do convívio, se isso não existe, o resto também não vai existir. Eu espero que as coisas mudem, mas vai levar tempo.

Isso também foi o que o levou a apostar numa coleção com preços mais acessíveis? Foi para a recuperação do seu negócio?

Sim, foi pensando um bocadinho nisso.

Tem alguma idade em que sente que se irá reformar?

Eu vou continuar! Nem penso em me reformar, nem quero saber o que é a reforma!

O que gostava de deixar?

Quando partir para outra, gostava que dissessem que ao menos deixou-nos cá qualquer coisa que marcasse. E isso passaria realmente por uma formação dos jovens.

Falou com algum ministro da Educação ou da Economia sobre essa sua proposta?

Ministro da Economia, sim. Também com o presidente da câmara. São promessas, já temos o local, mas nem era necessário.

O que falta?

Eu não posso dar o meu trabalho e pagar mais as despesas para dar formação. Um aluno pode começar a dar resultado passados uns três ou quatro anos. Não se aprende assim, num ano, nem dois. Agora, eu, mesmo com muita força que tenha, e querer, não posso dar-me ao luxo de estar a pagar a segurança social, seguros, e essas coisas todas. Dando o meu trabalho de graça, sem remuneração, acho que já é o suficiente.

Vive só da moda?

Eu construí este prédio, mas não vivo só disto. Também vivo de empreendimentos hoteleiros. Faz parte! Sempre aprendi, em Paris, com os homens de negócios que conheci que diziam sempre que deve-se ter duas situações. Quando uma não funciona, ter a outra que ajuda. E é o meu caso. Tirando a pandemia, com os funcionários em casa, e a pagar a 100 por cento, se eu não tivesse uma boa economia na minha empresa, seria impossível.

Ainda se lembra do primeiro fato que fez na vida?

Sempre! Isso nunca mais se esquece! Foi para um irmão de um amigo meu que ia casar-se. Ele fez-me a proposta de fazer o fato para o irmão. Foi o primeiro fato. Ia fazer 14 anos. Foi pouco tempo antes de ir para Paris.

A sua mãe ajudou a coser esse fato?

Não, mas estava atenta a certas coisas. Mas eu é que o fiz a 100 por cento. E já fazia antes calças e camisas para os meus amigos da escola.

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