Termina esta terça-feira o prazo para a limpeza de terrenos agrícolas ou florestais para prevenção dos incêndios. A partir de amanhã, a GNR começa a fiscalizar.
"Não pode haver sempre uma data, quem manda é a natureza. Este ano como choveu muito, os terrenos estão a atascar. Se a erva for cortada agora, os materiais finos, que são esses que propagam os incêndios, ainda vão rebentar todos", afirmou o presidente da direção da Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais.
A partir de 1 de maio, a GNR irá iniciar uma fase de fiscalização e passar coimas aos proprietários que não cumprirem. Multas podem atingir os cinco mil euros para pessoas singulares ou 25 mil euros para pessoas coletivas.
Proprietários alegam que há muita falta de mão-de-obra para realizar estes trabalhos, numa altura em que os preços também aumentaram, refletindo os custos com o trabalho e outros fatores, como o aumento dos combustíveis.
É a reação ao projeto de lei do PS para criar um “Banco de Terras Público” com o objetivo de evitar o abandono do território que gera mais risco para os incêndios e acentua a subexploração da floresta.
GNR identifica 10.981 casos de potencial perigo de possível incumprimento na gestão dos combustíveis em todo o país. Falta de mão-de-obra, dificuldades económicas e chuva tardia são algumas das justificações dadas pelos proprietários em falta. Em 2021, a taxa de cumprimento rondou os 86%.