18 mar, 2024 - 15:12 • Inês Braga Sampaio
A Federação Italiana de Futebol IFIGC) comunicou, esta segunda-feira, o afastamento de Francesco Acerbi do estágio da seleção para os particulares com Venezuela e Equador, de preparação para o Euro 2024, devido a um alegado insulto racista durante o Inter de Milão-Nápoles.
O central do Inter, de 36 anos, é substituído por Gianluca Mancini, da Roma, depois da denúncia de Juan Jesus ao árbitro, durante o encontro de domingo, do campeonato italiano. O momento da queixa do jogador do Nápoles, por volta da hora de jogo, foi captado pelas câmaras.
“O jogador Francesco Acerbi deu a sua versão ao selecionador Luciano Spalletti e aos seus companheiros, conforme previsto na política interna da seleção, sobre a suposta expressão racista denunciada pelo jogador Juan Jesus durante o Inter-Napoli", explica a FIGC, em comunicado.
Apesar de ainda aguardar por um relatório independente da justiça, a FIGC considera que ficou patente que Acerbi "não teve qualquer intenção difamatória, depreciativa ou racista". Ainda assim, optou por excluir o defesa dos próximos dois jogos da seleção, que se realizarão nos EUA.
O próprio Juan Jesus revelou, no final do jogo, que Acerbi lhe tinha pedido desculpa: "Sei que o Acerbi é um bom rapaz e ele desculpou-se, porque percebeu que tinha exagerado nas palavras."
"É um rapaz inteligente e portanto espero que aprenda e que isto não volte a acontecer. O que acontece no campo fica no campo. Ele desculpou-se e agora podemos seguir em frente. Quando o árbitro apita para o final, tudo o resto fica para trás", disse o defesa do Nápoles.
Em nota oficial, o Inter diz tomar nota do comunicado da FIGC em relação ao sucedido e informa que se reunirá com o jogador "o mais rapidamente possível, para esclarecer os detalhes exatos" do sucedido.
Caso a acusação de Juan Jesus seja comprovada, Francesco Acerbi arrisca uma suspensão de, pelo menos, dez jogos, segundo os regulamentos em Itália. Dependerá muito do relatório do árbitro da partida, que já foi enviado para o órgão disciplinar da Serie A.
SELEÇÃO DA ÁUSTRIA
Guido Burgstaller, Marco Grull e Niklas Hedl, do R(...)
Este é o segundo caso, em poucos dias, de jogadores excluídos da sua seleção por comportamento discriminatório. Na semana passada, o selecionador da Áustria, Ralf Rangnick, afastou três jogadores do Rapid Viena por cânticos homofóbicos após o dérbi com o Áustria de Viena.
"[Os jogadores devem] abordar seriamente o assunto e perceber o que significa para as pessoas quando são publicamente insultadas e discriminadas daquela forma. Isso é algo que nunca tolerarei numa equipa que treine, seja um clube ou uma seleção nacional. Tudo aquilo que defendemos ao serviço da seleção é diametralmente oposto ao que aconteceu na escala dos valores", sublinhou o técnico.
O capitão do Rapid, Guido Burgstaller, e os seus companheiros Marco Grull e Niklas Hedl foram filmados a entoar cânticos homofóbicos, depois da vitória, por 3-0, sobre o rival da capital, no dia 26 de fevereiro.
Os vídeos foram disseminados nas redes sociais, o que levou a um rápido pedido de desculpas do Rapid e a várias sanções, incluindo suspensões e obrigação de participação em workshops sobre discriminação.