Pensionistas são prejudicados por não terem "lobby poderoso"

08 out, 2013 • Raquel Abecasis

Luis Valadares Tavares, em entrevista à Renascença, diz que o Estado gastou em compras de bens e serviços o que poupou em salários, de 2011 a 2012.

Pensionistas são prejudicados por não terem "lobby poderoso"
O ex-presidente do Instituto Nacional de Administração (INA) e especialista em questões de administração pública, Luís Valadares Tavares, diz que não é cortando nas pensões que o Estado consegue cortar nas despesas e sustenta que o Governo só adoptou esta opção porque "os pensionistas não são um lobby poderoso".

Os pensionistas são prejudicados por não terem um grupo de pressão “poderoso”, afirma Luís Valadares Tavares em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

O ex-presidente do Instituto Nacional de Administração (INA) e especialista em questões de administração pública diz que não é cortando nas pensões que o Estado consegue cortar nas despesas.

Para Valadares Tavares, o Governo só faz esta opção porque “o que diferencia entre outras reduções de despesa e os pensionistas, é que esses não são um lobby poderoso”.

“Vamos dar os nomes à realidade, o problema dos pensionistas não é ser o corte prioritário, é ser o corte frágil”, sublinha.

Valadares Tavares considera que estas são medidas “inaceitáveis” e “inconstitucionais”, pelo que espera que não venham a avançar, ou que venham a ser chumbadas pelos juízes do Tribunal Constitucional.

Nesta entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, Valadares Tavares diz que “os governantes não fazem ideia do que se tem gasto em aquisições de bens e serviços” e acrescenta “de 2011 a 2012, o que pouparam em despesas com pessoal, aumentaram nessas rubricas”.

O ex-presidente do INA diz ainda que, mais do que atacar os pensionistas, o Governo devia preocupar-se com o desequilíbrio demográfico que é cada vez mais grave, fazendo um apelo à Igreja para que retome esse tema.