Drogas sintéticas levam dezenas de jovens às urgências

15 nov, 2012

Só este ano, foram identificadas 57 novas drogas no espaço europeu – ou seja, em média, quase uma por semana. Presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD) admite estarmos perante um problema de saúde pública.

Dezenas de jovens já tiveram de recorrer às urgências dos hospitais por causa do consumo de novas drogas sintéticas, que surgem ao ritmo de quase uma por semana, em média.

“Há aqui motivações para recurso às urgências, sobretudo, de carácter físico – crises de taquicardia, aflições de carácter cardio-respiratório – outras com surtos psicóticos, ataques de pânico. Algumas prevalecem. São dezenas de casos, seguramente”, explica à Renascença o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), João Goulão.

Os dados são avançados no dia em que foi divulgado, em Lisboa, o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), segundo o qual foram identificadas, só este ano, 57 novas drogas na Europa.

João Goulão admite estarmos perante um problema de saúde pública, que não é fácil colmatar, mas que se está a tentar diminuir.

“Estamos à procura de soluções. Provavelmente, não vamos conseguir cobrir 100% estas substâncias que foram identificadas, mas se conseguirmos cobrir 95% delas, o impacto da saúde pública a que estamos a assistir vai diminuir”, afirma.

As drogas sintéticas podem ser adquiridas em lojas de porta aberta, porque, devido a pequenas alterações, conseguem contornar o quadro de substâncias proibidas.

É, por isso, intervir com rapidez, admite o especialista, que também preside ao conselho de administração do OEDT.