Reforma do Estado Social é “insanidade financeira”

25 nov, 2012

Ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, diz que o debate sobre a reforma do Estado Social está a ser feito ao contrário, uma posição com que concorda a presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet.

Reforma do Estado Social é “insanidade financeira”
Quem o diz é Manuela Silva, ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, num debate promovido pela Renascença à margem da Semana Social 2012 que decorreu este fim-de-semana na Casa de Vilar, no Porto. Isabel Jonet, Eugénio da Fonseca e Manuel Carvalho da Silva foram os outros convidados desta conversa conduzida por José Bastos.
A economista Manuela Silva, presidente do Grupo Economia e Sociedade, defende que a discussão sobre a reforma do Estado Social não pode ser feita com objectivos financeiros à cabeça. “É um bom exemplo de insanidade financeira.”

“Ou seja, está a colocar-se uma solução que é de recursos financeiros à frente de um objectivo”, constata a economista.

“Enquanto não formos capazes de fazer esta distinção muito clara entre objectivos e recursos, estamos como que numa armadilha, porque nos vão dizer que é fatal cortar quatro mil e quinhentos milhões de euros, e imediatamente a seguir nos dizem que eles vão ser cortados no Estado Social”, diz Manuela Silva.

A posição assumida num debate na Renascença à margem da Semana Social a decorrer no Porto, que juntou o ex-secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva e a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome.

Também Isabel Jonet defende que a discussão sobre o Estado Social está a ser feita ao contrário, sublinhando que quando se começa pelo lado financeiro afecta todo o debate.

“Afecta e influencia toda a reflexão, até porque retira objectividade àquela que é a essência mesmo, que é manter o Estado Social. Aquilo que é o objectivo passa quase para segundo plano. Acho que tem de ser feito um debate e uma reflexão muito cuidadosa precisamente porque queremos manter o Estado Social”, defende Isabel Jonet.

O debate sobre a reforma do Estado Social passa a seguir às notícias do meio-dia na Renascença, com moderação do jornalista José Bastos.