Judeu ultra-ortodoxo condenado a 20 anos por abusos sexuais
23 mai, 2012
Condenação foi complicada pela cultura de silêncio e de isolamento da comunidade ultra-ortodoxa de Brooklyn.
Um judeu ultra-ortodoxo foi condenado a 20 anos de prisão por ter abusado sexualmente de crianças na sua comunidade.
Michael Sabo, de 38 anos, confessou ter abusado de pelo menos dois jovens, mas a acusação referiu ter provas da existência de pelo menos mais sete vítimas.
O trabalho da acusação foi particularmente difícil por causa da natureza isolada da comunidade judaica ultra-ortodoxa, que evita contactos com o mundo exterior e privilegia a resolução interna de problemas que atingem os seus membros.
Vários pais de jovens alegadamente abusados por Sabo foram ameaçados ou simplesmente se recusaram a testemunhar por medo de represálias. O pai de uma das vítimas chegou mesmo a ser confrontado na sua sinagoga para não testemunhar em tribunal.
No dia 9 de Maio o New York Times publicou uma reportagem extensa sobre este assunto e narrou o caso de Mordechai Jungreis, cujo filho deficiente estava a ser vítima de abusos. Por se ter queixado à polícia, levando à detenção do culpado, Jungreis e a sua família foram expulsos da sua casa, ostracizados pelo resto da comunidade e receberam dezenas de telefonemas insultuosos.
O artigo refere ainda alguns rabinos e figuras das comunidades que, contra a corrente, tentam alterar esse espírito e prestam apoio a vítimas de abusos e suas famílias, encorajando-as a falar com as autoridades.
O caso de Michael Sabo é um de vários que estão a abalar as comunidades ultra-ortodoxas americanas, chamando atenção para a existência deste problema e mostrando que os abusos sexuais acontecem em todo o género de comunidades e religiões.