Hildegard Burjan é a primeira deputada democraticamente eleita a ser elevada aos altares.
O Cardeal Christoph Schonborn, de Viena, beatificou no Domingo uma antiga deputada austríaca que morreu em 1933.
A beatificação de Hildegard Burjan é marcante por duas razões. Em primeiro lugar por ser de origem judaica e também por ser o primeiro membro de um parlamento, democraticamente eleito, a receber tal distinção.
Burjan nasceu em 1883 numa família judaica mas converteu-se ao Catolicismo ainda jovem e foi fortemente inspirada pelo Papa Leão XIII, sobretudo a sua encíclica social Rerum Novarum.
Na década de 30 filiou-se no Partido Social Cristão Austríaco e foi a primeira mulher a ser eleita deputada na Áustria, tendo batalhado pela introdução de medidas como o ordenado mínimo, licenças e protecção legal para a maternidade e igualdade de remunerações.
As medidas anti-semitas que antecederam a subida do nazismo naquele país obrigaram-na a abandonar a política, mas não desistiu de trabalhar em favor dos pobres, nomeadamente através da organização Caritas Socialis, que fundou, e que se dedicava a auxiliar os pobres, doentes e idosos.
Morreu em 1933, tendo sido poupada às medidas anti-semitas que acompanharam a anexação da Áustria pela Alemanha. Na cerimónia de beatificação o Cardeal Shonborn elogiou o seu trabalho social e descreveu-a como uma mulher que “evangelizou com poucas palavras.”