Cardeal Turkson em Lisboa para falar com empresários
06 mai, 2014 • Aura Miguel
A doutrina social da Igreja diz respeito a todas as áreas da vida e não é um acrescento a usar ou descartar conforme dá jeito, explica o responsável pela Justiça e Paz, no Vaticano.
O Cardeal Peter Turkson, do Gana, está em Lisboa para se encontrar com empresários. Depois de ter reunido com alguns líderes do sector económico, o actual responsável do Vaticano pela Justiça e Paz, almoça com membros do Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).
À Renascença, o Cardeal explica a origem deste interesse da Igreja em contactar com o sector empresarial: “O nosso propósito é divulgar os ensinamentos da Igreja. Como fazer? Podemos ir para uma sala de aula e falar com todos, mas pensamos que outra forma é de entrar em diálogo com grupos específicos na sociedade.”
“Começámos com os empresários por causa da encíclica de Bento XVI, mas podíamos ter começado com outros. No ano passado, quando celebrámos os 50 anos da encíclica ‘Pacem in Terris’, de João XXIII, pensámos que poderíamos também fazer alguma coisa para os líderes políticos. Por isso a motivação é a situação em que nos encontramos.”
Os ensinamentos católicos sobre aspectos económicos e empresariais fazem parte da doutrina social da Igreja. São assuntos que dizem respeito a todas as áreas da vida, explica o Cardeal: “Quando nos formamos na sociedade precisamos de uma formação integral, que diz respeito a todas as áreas da nossa vida. A Igreja fala de desenvolvimento humano integral, não apenas físico, mas espiritual e ético. Quando o processo educativo aborda todos estes aspectos, as crianças ficam bem formadas.”
“É diferente de se tratar apenas de uma área e, mais tarde, introduzir a pessoa a uma coisa nova. Isso é como ter uma torrada e depois barrá-la com manteiga, não é intrínseco, não se torna uma parte integral da torrada. Se mais tarde essa coisa se torna complicada e inconveniente, deita-se fora. Mas quando faz parte da formação, é inerente e faz parte da compreensão de quem somos e de como vivemos em sociedade”, explica.