Anti-semitismo é incompatível com a fé cristã, recorda o Papa
24 jun, 2013 • Ecclesia
Francisco recebeu delegação de comité judaico internacional para o diálogo inter-religioso.
O Papa afirmou esta segunda-feira no Vaticano que o anti-semitismo é incompatível com a fé cristã, ao receber uma delegação do comité judaico internacional para o diálogo inter-religioso.
“Um cristão não pode ser anti-semita”, disse Francisco, durante a audiência ao International Jewish Committee on Interreligious Consultations e responsáveis da Santa Sé que acompanham as relações religiosas com o judaísmo.
O Papa, natural da Argentina – que conta com a segunda maior comunidade judaica do continente americano –, aludiu às “relações de amizade” entre judeus e católicos, com referência particular aos seus encontros com “ilustres personalidades do mundo hebraico” no início do pontificado.
O discurso citou a declaração “Nostra Aetate”, do Concílio Vaticano II (1962-1965), que “condena firmemente os ódios, as perseguições e todas as manifestações de anti-semitismo”.
Francisco recordou as “raízes comuns” entre as duas religiões e falou num caminho de “maior conhecimento e compreensão” entre católicos e judeus, nas últimas décadas.
“Trata-se de um percurso do qual devemos sinceramente dar graças ao Senhor”, acrescentou.
O Papa recordou o seu trabalho como arcebispo de Buenos Aires, onde disse ter tido “a alegria de manter relações de sincera amizade com alguns representantes do mundo judaico”.
“Como amigos, saboreamos a presença do outro, enriquecemo-nos reciprocamente no encontro e no diálogo, com uma atitude de acolhimento recíproco, e isso ajudou-nos a crescer como homens e como crentes”, confessou.
A humanidade, precisou Francisco, tem necessidade deste “testemunho comum em favor do respeito pela dignidade do homem e da mulher criados à imagem e semelhança de Deus, e em favor da paz”.