Passos garante consolidação em 2014 e pede mudança de mentalidades

01 fev, 2013

Instigado a esclarecer como vai poupar quatro mil milhões na despesa do Estado, primeiro-ministro apenas diz querer uma economia sustentável. No Parlamento, recusou ainda comentar as mais recentes declarações do banqueiro Fernando Ulrich.

Passos garante consolidação em 2014 e pede mudança de mentalidades
O primeiro-ministro sublinha que os portugueses ainda vão ter de fazer sacrifícios, mas insiste que a estratégia delineada pelo Governo está a conduzir o país pelo melhor caminho.

Durante o debate quinzenal no Parlamento, esta sexta-feira de manhã, Passos Coelho reafirmou que 2013 vai ser um ano de viragem na economia, para que 2014 seja um ano de consolidação e crescimento.

Mas, quando desafiado, duas vezes, a revelar os planos para cortar quatro mil milhões de euros na despesa do Estado – pelo PS e pelo Bloco de Esquerda – recusou dar pormenores, reiterando apenas ser preciso reduzir os encargos públicos, sob pena de, em 2014, o país regressar ao endividamento excessivo.

“Em perspectiva de médio prazo, se não conseguirmos atingir poupanças que não sejam temporárias – isto é, que vigorem apenas durante o período de emergência – mas que sejam definitivas, no sentido em que se possam projectar ano após ano e sejam permanentes a partir de 2014, não teremos uma trajectória sustentável para a dívida pública”, afirmou.

Nessa medida, o chefe do Governo espera que as empresas consigam, ainda este ano, financiar-se com normalidade na banca, uma vez que Portugal já parece ter ganho a confiança dos investidores.

País tem de mudar o seu modo de vida
Pedro Passos Coelho considera, aliás – e este foi um ponto comum na abertura e final do debate – que o país ainda tem de mudar o seu modo de vida; pessoas e as empresas têm de mudar de mentalidades.

“Quanta gente não financiou férias, Natais e tantas outras despesas correntes com empréstimos perante a banca sujeitos a juros elevados, que hoje constituem motivo de aflição para muitas famílias?”, questionou, pedindo racionalidade na economia.

Nota ainda para um desafio lançado pelos Verdes: que Passos Coelho condene e repudie as palavras do banqueiro Fernando Ulrich, que voltou a afirmar esta semana que os portugueses aguentam mais austeridade, desta vez recorrendo a uma analogia para com a situação daqueles que vivem na rua.

O primeiro-ministro nada disse e a deputada Heloísa Apolónia criticou a passividade do chefe do Executivo, considerando que há limites para gozar com a situação do país.