"Está tudo esclarecido" no caso Passos Coelho, diz António Costa

11 mar, 2015 • Carlos Calaveiras

Programa de Governo do PS apresentado no dia 6 de Junho, diz líder socialista.

"Está tudo esclarecido" no caso Passos Coelho, diz António Costa

O secretário-geral do PS, António Costa, dá como encerrado o caso das dívidas de Pedro Passos Coelho à Segurança Social, a não ser que surjam mais pormenores da situação. "Está tudo esclarecido". Agora, "o caso está bem entregue, nas mãos dos portugueses".

O PS não pediu a demissão do primeiro-ministro no Parlamento até porque "não gosta da política de casos". António Costa dá conta de que haveria três vias para a demissão (a consciência de Passos Coelho, a maioria entender que este Governo não tinha condições, ou o Presidente da República actuar).

Em entrevista à RTP, António Costa prometeu apresentar o seu programa de Governo a 6 de Junho, reafirmou as promessas (nomeadamente aumentar o salário mínimo e a reposição das pensões) e que se deve ajustar o défice ao ciclo económico ("Quando crescemos menos, cortamos menos, quando crescermos mais, poupamos mais"). "Estamos a fazer o nosso caminho e é o caminho certo", refere.

Ainda antes do programa de governo socialista, "no final deste mês apresentaremos o cenário macroeconómico". "Ninguém vai votar no PS sem saber o que o partido propõe".

António Costa defende uma política de emprego para aos jovens, mas também para os desempregados de longa duração, a redução da taxa do IVA na restauração para a taxa intermédia [13%] e lançar um programa de reabilitação urbana com renda acessível.

À televisão pública, o líder socialista insiste que o país não está melhor e que o Governo PSD/CDS fez recuar "10 anos na riqueza produzida no país, duas décadas no emprego, três décadas no investimento e quatro décadas na emigração". "O país está bastante pior para as famílias, para o investimento e para as empresas. É essencial ruptura com esta política de austeridade".

"Não estamos mais equilibrados" e "o pequeno crescimento da Economia [0,9%] não se deve ao Governo mas ao Tribunal Constitucional", acrescenta o dirigente socialista que reconhece que não se expressou de forma correcta no discurso perante os cidadãos chineses, mas "ninguém tem dúvidas que faço oposição a este Governo".

Em termos europeus, António Costa considera "inaceitável que tratem a Grécia como se valesse menos". "Este não é problema grego, é um problema europeu", refere. "É inaceitável e muito perigosa esta bipolarização Grécia/Alemanha". É necessário mudar porque "a Europa está a matar-se com esta política".

O líder socialista acredita que a Europa vai apoiar as propostas do PS e que uma "mudança politica em Portugal ajudará a mudar xadrez na Europa", que já começou com a mudança da "comissão Barroso para a comissão Juncker". "A atitude do Governo [português] é incompreensível". 

Já sobre o "caso Sócrates", Costa considera que "o PS reagiu de forma exemplar" e que respeita "a separação de poderes e a garantia da presunção de inocência".