Secretário de Estado do Ensino demite-se após notícia de plágio

17 out, 2014

João Grancho alega "motivos de ordem pessoal". Jornal "Público" noticiou esta sexta-feira que o governante copiou, sem citar, textos sobre a dimensão moral da profissão docente.

Secretário de Estado do Ensino demite-se após notícia de plágio
O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, apresentou esta sexta-feira a demissão.

João Grancho alega "motivos de ordem pessoal". O pedido de demissão já foi aceite pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.

O Ministério da Educação agradece, em comunicado, o “trabalho empenhado e leal” realizado por João Grancho ao longo dos últimos dois anos. O governante estava no cargo desde Outubro de 2012, quando substituiu Isabel Silva Leite.

Numa declaração à agência Lusa sem direito a perguntas, João Grancho justifica o pedido de demissão com "imperativos de consciência".

Notícia de plágio de manhã, demissão à tarde
A decisão foi anunciada no dia em que o jornal "Público" noticiou que João Grancho plagiou textos sobre a "dimensão moral" da profissão docente.

Os factos remontam a 2007, quando o então presidente da Associação Nacional de Professores apresentou uma comunicação sobre o tema num seminário em Espanha. João Grancho, avança o "Público", copiou, sem citar, partes de dois textos de outros académicos.

Segundo o "Público", João Grancho plagiou vários parágrafos de um "papper" de Agostinho Reis Monteiro, professor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa; e de um documento de trabalho da Comissão ad hoc do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), elaborado, entre outros, por João Pedro Ponte, que dirigia o departamento de Educação da Universidade de Lisboa, e Isabel Cruz, então vice-reitora da Universidade do Algarve.

Numa das passagens em causa, falava sobre a importância da escola e da sua "missão intelectual e social no seio da sociedade", nomeadamente como “garantia dos valores universais e do património cultural”.

Em resposta ao jornal, o gabinete do secretário de Estado negou a existência de plágio. "Pretender associar um mero documento de trabalho, não académico, nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido", argumentou.

[notícia actualizada às 21h37]