Extrema-direita alia-se no Parlamento Europeu contra imigração e "islamização"

16 jun, 2015 • Vasco Gandra, em Bruxelas

Partidos populistas e de extrema-direita anunciam formação de novo grupo político no Parlamento Europeu. "Somos a voz da resistência europeia", dizem.

Extrema-direita alia-se no Parlamento Europeu contra imigração e "islamização"
Vários partidos populistas e de extrema-direita anunciaram esta terça-feira, em Bruxelas, a criação de um novo grupo político no Parlamento Europeu. Chama-se Europa das Nações e das Liberdades.

O grupo tem 37 deputados. A Frente Nacional de Marine Le Pen representa o principal contingente, com 21 membros.
Para além da extrema-direita francesa, a bancada parlamentar integra igualmente os deputados do populista holandês Partido da Liberdade, de Geert Wilders, do FPO austríaco, e ainda italianos da Liga Norte, dois polacos do Congresso da Nova Direita, um belga do Vlaams Belang, e uma deputada oriunda do britânico UKIP, partido eurocéptico que não aderiu à Europa das Nações e das Liberdades.

"Somos a voz da resistência europeia"
Marine Le Pen, Geert Wilders e representantes do outros partidos deixaram claros os objectivos do novo grupo. Recuperar a soberania, defender a identidade nacional dos povos e lutar contra a imigração. Garantem que "representam milhões de europeus".

"Somos a voz da resistência europeia", disse o líder holandês. Segundo Wilders, "há um milhão de pessoas a chegar do Norte de África. Esta imigração massiva deve parar. Juntos vamos lutar contra a imigração massiva e contra a islamização do nosso continente europeu".


Marine Le Pen e Geert Wilders. Foto: Olivier Hoslet/EPA

Já a líder da Frente Nacional, que vai ser co-presidente do novo grupo, manifestou-se a favor da "dissolução concertada" da zona euro. Marine Le Pen defendeu também para a Grécia "uma saída negociada" da moeda única.

Mais de um ano após as eleições europeias e depois de várias tentativas e negociações no início da legislatura, as forças populistas e de extrema-direita conseguiram um acordo para formar um grupo político. Até agora estes parlamentares integravam os Não Inscritos.

Segundo as regras, a formação de um grupo político em Estrasburgo implica no mínimo 25 deputados de pelo menos sete Estados-membros. Integrar um grupo no PE permite aos deputados ter mais financiamento, tempo de palavra no hemiciclo e nas comissões parlamentares, e maior margem para intervir no processo legislativo.

De fora do novo grupo político, ficam os eurodeputados Jean-Marie Le Pen (em guerra aberta com a sua filha e líder do partido Marine Le Pen), e Bruno Gollnisch.