Seca

Agricultores pedem medidas de emergência

11 ago, 2012

A produção está a baixar e que os custos dispararam com a falta de chuva, alerta a Confederação Nacional de Agricultura.

Agricultores pedem medidas de emergência

O Governo tem de tomar medidas de emergência para ajudar os agricultores afectados pela situação de seca extrema em que o país se encontra, defende o presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

João Dinis adverte, em declarações à Agência Lusa, que a produção está a baixar e que os custos dispararam com a falta de chuva.

"Já no final de 2011 e início de 2012, houve bastante falta de chuva e o país entrou em seca extrema e, agora, está de novo nessa situação. Como é sabido, a falta de chuva prejudica as culturas agrícolas, ou então obriga a gastos excessivos com rega mecânica, o que faz disparar os custos de produção que, normalmente, já são bastante caros", disse o dirigente da CNA.
 
"As culturas de Outono/Inverno foram seriamente afectadas pela seca e, agora, as culturas de Primavera/Verão afectadas estão. E, se isto assim continua, lá teremos Outubro, Novembro e Dezembro também com problemas por falta de chuva, por falta de água na agricultura", observou João Dinis. 
 
Segundo o dirigente da CNA, o problema é que, além de "parte do país - interior, sul, norte - estar em seca extrema, e de não se saber quando é que vai chover, há também o calor - estes escaldões, como dizem os agricultores - que prejudica seriamente os produtores pecuários e outras produções, como o próprio olival e a vinha". 
 
"Este ano vai ser um ano em que vai baixar a produção nacional da generalidade das culturas, a começar por aquelas que não são de regadio, que não são culturas intensivas, de estufa ou outras", sublinhou.  
 
"Vamos ter uma quebra da produção agrícola nacional - insistiu - e os agricultores, que, no ano passado, já tiveram uma quebra bastante grande, vão somar prejuízos em cima de prejuízos, até ao limite do insustentável".
 
E "mesmo para 2013, veremos, porque as secas prolongadas, as secas extremas, repercutem-se de um ano para o outro, não é só no ano em que ocorrem", acrescentou. 
 
Embora já tenha havido "uma ajuda aos produtores pecuários e algumas ajudas de menor impacto a outro tipo de produções, do ponto de vista da CNA e das suas filiadas, o Governo tem, de novo, de elaborar planos de emergência para esta situação de seca extrema" 
 
Uma situação que - frisou João Dinis - "agora também está a dar condições para a eclosão de muitos, extensos e violentos incêndios florestais".  
 
"É também outra consequência da falta de chuva, do calor, do vento, estes incêndios violentíssimos e muito extensos que estamos a ter um pouco por todo o país e que também causam problemas sérios", concluiu.