D. Manuel Clemente sobre o Santa Maria. “Se há problemas, resolvam-se”

29 mai, 2015

D. Manuel Clemente considera que confiança dos utentes na instituição não é abalada pelo estudo, que indica a existência de uma teia de interesses que mina o hospital.

D. Manuel Clemente sobre o Santa Maria. “Se há problemas, resolvam-se”
O Cardeal Patriarca de Lisboa mantém total confiança no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e apela à resolução dos problemas da unidade hospitalar, caso existam. Em causa está um estudo, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde é dito que o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas, que condicionam o funcionamento dos serviços e a aquisição de material.

O Cardeal Patriarca de Lisboa mantém total confiança no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e apela à resolução dos problemas da unidade hospitalar, caso existam.

"O hospital é uma instituição com créditos mais que firmados, afirmados e reconhecidos. Se há problemas, e estes podem surgir em qualquer lado que seja, atendem-se, resolvem-se, superam-se e vai-se para a frente, sobretudo quando se tem este lastro de serviço público tão conseguido, tão comprovado como é o caso", afirmou D. Manuel Clemente aos jornalistas durante uma visita ao Santa Maria, no âmbito dos 60 anos desta unidade de saúde.

Em causa está um estudo, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde é dito que o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas, que condicionam o funcionamento dos serviços e a aquisição de material.

Apesar das notícias, D. Manuel Clemente considera que a confiança dos utentes não é abalada.

A análise ao Hospital de Santa Maria (HSM), a cargo da investigadora Sónia Pires, salienta que, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e actos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".

"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersectam a esfera do HSM", refere o estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, que foi apresentado na quinta-feira.

A administração da unidade garante que o caso foi remetido para as entidades competentes. “O conselho de administração encerrou esse processo ontem. Reuniu extraordinariamente, como fez infelizmente noutras circunstâncias”, explicou o presidente Carlos Martins.

“Obviamente, gostaríamos sempre de não ter de ter reuniões extraordinárias para analisar matérias que são colocadas em público, e portanto decidimos remeter para as instituições inspectivas, para as que têm funções de auditoria externa, e também decidimos avaliar em termos de recurso a entidade judicial. Ontem encerrámos a nossa acção”, concluiu o responsável que já tinha admitido processar os autores do estudo.