Crianças foram as mais afectadas pelo aumento da pobreza e exclusão social

16 out, 2014

Dados do INE revelam que mais de um quarto dos portugueses viviam em privação material em 2013.

Crianças foram as mais afectadas pelo aumento da pobreza e exclusão social
"Cordão Com Vida"... Voluntários penduram roupa numa corda com cerca de 8 quilómetros de comprimento, uma iniciativa de solidariedade para com os mais desfavorecidos realizada pelos Jovens Voluntários da freguesia de Gaeiras, Óbidos. PAULO CUNHA/LUSA.
As crianças foram as mais afectadas pelo aumento da pobreza ou exclusão social. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira mostram que a intensidade da pobreza para este grupo aumentou 6,2 pontos percentuais em 2012 face ao ano anterior.

Os resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2013, sobre rendimentos de 2012, referem que a população infantil apresenta, desde 2010, riscos de pobreza ou exclusão social superiores aos da população em geral.

Segundo os dados desta quinta-feira, divulgados por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza (17 de Outubro), as crianças foram as mais afectadas pelo aumento da pobreza ou exclusão social (mais 3,8 pontos percentuais entre 2012 e 2013).

De acordo com este inquérito, 18,7% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2012, o valor mais elevado no período iniciado em 2009 (entre 2009 e 2011 o risco de pobreza afectava, em média, cerca de 17,9% da população residente).

Quantos portugueses viviam em privação?
Mais de um quarto da população residente em Portugal encontrava-se em privação material em 2013, uma situação que se agrava na população infantil (29,2%).

Considera-se privação material quando um agregado não tem acesso a pelo menos três itens de uma lista de nove relacionados com necessidades económicas e bens duráveis.

Na lista, estão incluídos itens como atrasos no pagamento de rendas, empréstimos ou despesas correntes da casa, não conseguir comer uma refeição de carne e peixe de dois em dois dias, não ter carro, televisão ou máquina de lavar roupa ou não conseguir fazer face ao pagamento de uma despesa inesperada, entre outros.

Já a proporção de população em pobreza consistente (simultaneamente em risco de pobreza e privação material) era de 10,4% em 2013, contrariando a tendência de ligeira descida que se verificava desde 2010 (8,5% em 2010, 8,3% em 2011 e 8,2% em 2012), referem os resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2013, sobre rendimentos de 2012, privilegiando uma análise sobre a condição particular da população infantil.