03 ago, 2014 • Sandra Afonso e Paulo Ribeiro Pinto
O Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, vai anunciar este domingo à noite, pelas 22h30, a solução encontrada para salvar o Banco Espírito Santo (BES).
A operação, tal como a Renascença avançou no sábado, vai ser feita através da separação dos activos do BES num "banco bom" e num "banco mau", que será gerido pelo Fundo de Resolução criado nos tempos da “troika”.
Mas o que são os chamados “bad banks", em português, os “bancos maus”? Já existem há algumas décadas, mas desde a crise de 2008 tornaram-se uma solução cada vez mais usada no mundo financeiro para limpar as contas.
São criados para concentrar os activos problemáticos ou tóxicos, os empréstimos de cobrança duvidosa, os títulos com mau desempenho no mercado, os maus investimentos. No caso do Banco Espírito Santo (BES) trata-se dos financiamentos às “holdings” do Grupo Espírito Santo (GES) que, entretanto, entraram em incumprimento.
Com esta solução, os accionistas assumem as perdas e os depositantes são salvaguardados.
O banco fica com o balanço limpo de prejuízos e das dúvidas que afastavam novos accionistas de uma recapitalização.
Segundo o “Wall Street Journal”, nos últimos seis anos foram reunidos em “bancos maus” por toda a Europa activos que rondam 1,8 triliões de euros.
Alguns são bancos criados de raiz com intervenção estatal, outros são sucursais. Há bancos que lhes chamam unidades secundárias onde reúnem portefólios herdados ou sectores que não são estratégicos, mas na verdade servem para varrer das contas os activos onde estão a perder dinheiro.