Uma semana com a Europa decomposta em números

04 mai, 2015 • Ana Rodrigues

Esta será uma semana muito agitada em Bruxelas e por toda a União Europeia, começando já na terça-feira com a Comissão Europeia a publicar as previsões económicas da Primavera e, depois, no dia seguinte, quarta-feira, com a apresentação da estratégia para criar o mercado único digital.

A Comissão Europeia publica anualmente três previsões de curto prazo de cariz macroeconómico, que servem de base a vários procedimentos de supervisão económica. A próxima previsão será conhecida na terça -feira e irá incluir dados relativos ao PIB, inflação, emprego, défice orçamental e dívida pública relativos aos 28 Estados-Membros, aos países candidatos e aos maiores parceiros comerciais da União Europeia.
 
Já na quarta feira, as atenções vão virar-se para Frankfurt, palco da reunião do Banco Central Europeu. Esperam-se decisões sobre o programa de estabilização grego.

Com o passar do tempo, e sem um acordo entre a Grécia e os credores internacionais, o valor dos activos que os bancos podem dar como garantia para se financiarem nos bancos centrais está a cair, e nalguns casos mesmo a desaparecer. Isso tem feito com que o BCE aumente, ainda que abaixo das pretensões dos bancos, o limite máximo que o banco central da Grécia pode conceder em empréstimos aos bancos gregos.

O presidente do BCE, Mário Draghi, já tinha admitido na última conferência de imprensa do Banco Central Europeu após a reunião do conselho de governadores em Frankfurt, Alemanha, e voltou a reforçar o aviso após a reunião do Eurogrupo em Riga, na Letónia: o valor dos colaterais pode ser reavaliado em breve.
Amanhã, terça-feira, o Comissário Europeu para Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, vai estar em Lisboa, onde se reúne com cerca de 30 investigadores que beneficiam - ou vão beneficiar - de bolsas do Conselho Europeu de Investigação (ERC).

Em Portugal, existem actualmente 15 bolseiros do ERC que já beneficiaram de um apoio total de 28 milhões de euros. Além disso, cinco bolseiros portugueses do ERC, residentes fora do País, já receberam 7,8 milhões de euros.
Já na quinta-feira, os britânicos vão a votos. Estas eleições já são consideradas as mais imprevisíveis da última geração. As eleições legislativas estão marcadas para o dia 7 de Maio e os conservadores e os trabalhistas tentam convencer os eleitores com as suas propostas.

A economia da Grã-Bretanha desacelerou com mais força do que o esperado nos três primeiros meses de 2015, um revés para o Primeiro-ministro, David Cameron, que tem baseado a sua campanha para a reeleição, na força da recuperação.