Este foi o ano em que nos despedimos do Papa Emérito Bento XVI, da mais longeva monarca britânica e do último líder da União Soviética. Dissemos adeus a ícones da música, do humor, das artes, do desporto, e a tantos outros. Recorde aqui os rostos dos que perdemos em 2022.
No último dia de 2022, às 9h34, morreu o Papa Emérito Bento XVI. O Santo Padre que sucedeu a João Paulo II tinha renunciado ao cargo em 2013. O seu pontificado de oito anos fica marcado pelas primeiras denúncias de abuso sexual de menores por elementos do clero. Bento XVI enfrentou a Cúria romana e acabou a ser "traído" pelo seu mordomo - num escândalo que daria origem ao Vatileaks.
Foi uma das primeiras grandes estrelas negras de Hollywood. Foi o primeiro afroamericano a ganhar um Óscar para Melhor Ator, pela sua interpretação no filme "Os Lírios do Campo", de Ralph Nelson. Morreu a 6 de janeiro. Tinha 94 anos.
A artista Lourdes Castro morreu a 8 de janeiro, aos 91 anos, na Madeira, de onde era natural. O trabalho da artista madeirense ficou marcado por uma intensa pesquisa sobre perfis e sombras.
Lourdes de Castro dizia que a arte “é fazer bem feito, é levar até ao fim”. É uma das mais importantes artistas portuguesas contemporâneas, a sua obra representa um contributo incontestável para a cultura portuguesa.
Venceu o Festival da Canção em 1983 com "Esta Balada Que Te Dou". Em Portugal vendeu 80.000 discos chegando aos primeiros lugares das tabelas de vendas. O cantor e músico morreu a 17 de janeiro. Tinha 67 anos.
Ícone da música brasileira, com 34 álbuns gravados dos mais diversos estilos, desde o samba ao funk. Em 1999, foi considerada cantora brasileira do milénio.
A cantora e compositora morreu a 20 de janeiro, aos 91 anos, de causas naturais. Elza cantou até ao fim - durante a pandemia, cantou em vários "lives" e encontrava-se em estúdio a preparar um novo álbum, que poderá ter um lançamento póstumo.
Nascida Betty Mabry, em 1945, foi modelo, cantora e compositora, sendo reconhecida como uma das vozes pioneiras e mais influentes da música funk, que fundiu os ritmos soul, jazz e R&B. Morreu a 9 de fevereiro, aos 77 anos.
Diretor da companhia Artistas Unidos, que fundou em 1995. Autor de muitas peças de teatro, como Seis Rapazes Três Raparigas, Um Rapaz de Lisboa ou Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos.
O encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português morreu a 14 de março. Tinha 73 anos.
Foi a primeira mulher secretária de Estado norte-americana. Durante o seu mandato promoveu a expansão da NATO e a intervenção militar no Kosovo. Madeleine Albright morreu a 23 de março. Tinha 85 anos.
O baterista da banda Foo Fighters morreu a 25 de março. Tinha 50 anos. Além da percussão, Taylor Hawkins também emprestava a sua voz como apoio a Dave Grohl em temas da banda.
Foi um dos fundadores do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) e da Seiva Trupe, onde foi ator, encenador, cenógrafo, diretor de produção e diretor de cena.
A par do teatro, António Reis também fez cinema e televisão, tendo trabalhado, sobretudo, com Manoel de Oliveira. O ator António Reis morreu a 5 de abril. Tinha 77 anos.
A dama do teatro português entrou em perto de duas centenas de peças e trabalhou com cerca de uma centena de companhias A atriz morreu a 15 de abril, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, pouco depois de ter completado 80 anos de carreira. Tinha 93 anos.
Burla qualificada, fraude fiscal, falsidade informática e falsificação de documentos são os crimes pelos quais João Rendeiro estava condenado, em três processos diferentes.
O tempo do ex-banqueiro terminou a 13 de maio, numa cela de uma prisão de alta segurança na África do Sul, aos 69 anos.
Ator de "Tudo Bons Rapazes", filme realizado por Martin Scorsese, onde vestiu a pele do mafioso violento e disfuncional Henry Hill, contracenando Robert de Niro e Joe Pesci. O ator norte-americano, Ray Liotta, morreu a 26 de maio, durante o sono. Tinha 67 anos.
Vice-presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social, jornalista e professor universitário, Mário Mesquita morreu a 27 de maio, tinha 72 anos.
Com um importante percurso em prol da liberdade de imprensa e do país, esteve entre os fundadores do PS, em abril de 1973, na República Federal Alemã, e após o 25 de Abril de 1974 foi deputado à Assembleia Constituinte (1975-1976).
A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de 8 de junho, em Londres, aos 87 anos.
Nas últimas décadas, a pintora abordou temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto - entre outros, do universo feminino, e o seu trabalho foi influenciado pelos contos populares, e também pela literatura, nomeadamente a escrita de Eça de Queirós, que a levou a pintar quadros inspirados em livros como “A Relíquia” e “O Primo Basílio”. A sua obra está representada em múltiplas coleções públicas, a nível nacional e internacional.
Esteve exilado, estudou na União Soviética e assumiu o poder numa Angola já independente, mas em guerra, onde foi Presidente absoluto durante 38 anos, tornando-se num dos chefes de Estado mais longevos de África e do Mundo.
A sua presidência foi marcada pelo extremo enriquecimento da família num país ainda muito marcado pela pobreza. O ex-Presidente de Angola morreu a 8 de julho, aos 79 anos.
O antigo primeiro-ministro japonês morreu no hospital, a 8 de julho, após ter sido baleado num comício eleitoral. Tinha 67 anos.
É o primeiro-ministro que mais tempo ocupou o cargo no Japão. O membro do Partido Liberal Democrático (LDP) teve dois governos: entre 2006 e 2007 e 2012 e 2020. Conservador, ele deixou o cargo em agosto daquele ano por motivos de saúde.
A "diva" da gastronomia portuguesa morreu a 19 de julho, aos 92 anos. Nascida em Beja em 1930, Maria de Lourdes Modesto celebrizou a cozinha tradicional portuguesa na televisão e em livros, tornando-se numa autora de referência na arte culinária.
O ex-primeiro-ministro da Irlanda do Norte morreu a 25 de julho. Tinha 77 anos. Juntamente com o ex-líder católico John Hume, David Trimble recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1998, por ter trabalhado pela reconciliação que encerrou três décadas de confrontos sangrentos entre protestantes e católicos na província britânica.
A escritora e poeta Ana Luísa Amaral morreu a 5 de agosto, aos 66 anos. Nascida em Lisboa, em abril de 1956, a escritora e professora universitária, tradutora de romancistas e poetas, Ana Luísa Amaral soma dezenas de títulos de poesia publicados, desde “Minha Senhora de Quê” (1990), além de já ter escrito teatro, ficção e vários livros para a infância.
O humorista, apresentador de televisão, escritor, diretor e ator morreu a 5 de agosto, aos 84 anos. Portugal descobriu o autor de "O Xangô de Baker Street" em 1981, quando a RTP passou a transmitir o seu programa de humor "Viva o Gordo!".
Na sua despedida, passou em revista excertos das entrevistas mais marcantes que fez - 14.426 mil total - e agradeceu aos espectadores, "os anónimos do país, do povo brasileiro".
Atriz e cantora Olivia Newton John faleceu a 8 de agosto, tinha 73 anos. Fica na história do cinema pela sua interpretação no filme musical "Grease - Brilhantina", de 1978, em que contracenou com John Travolta.
A dupla tomou as salas de cinema de assalto e "Grease - Brilhantina" foi um sucesso de bilheteira. O filme marcou uma geração, com as suas coreografias e a banda sonora, com temas como "You're The One That I Want" ou "Summer Nigths".
O pequeno genial morreu a 10 de agosto. Tinha 63 anos. O antigo futebolista foi uma das figuras de maior prestígio do Benfica dos anos 80 - seis vezes campeão nacional pelo Benfica, conquistou três taças de Portugal e duas supertaças. Fez 311 jogos pelo clube.
O oitavo e último líder soviético morreu a 30 de agosto, aos 91 anos. O líder soviético tentou implementar abertura ("glasnost") e reestruturação ("perestroika") no regime e democratizá-lo. Acabou com a Cortina de Ferro e ajudou a terminar a Guerra Fria que dividia Ocidente e países de Leste, sem violência.
A monarca inglesa morreu a 8 de setembro, aos 96 anos. Isabel II tinha celebrado Jubileu de platina para assinalar os 70 anos de reinado. Nenhum outro monarca britânico reinou durante tanto tempo.
Desde que assumiu o trono em 1952, quando morreu o seu pai Jorge VI,
Isabel II nunca deixou por um só momento de exercer o reinado.
Professor universitário e vencedor do Prémio Camões 2020, morreu a 12 de setembro, aos 82 anos. Vítor Aguiar e Silva foi professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica.
O ensaísta recebeu vários prémios, entre os quais o Prémio Vergílio Ferreira, em 2002, o Prémio Vida Literária, em 2007, o Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural, em 2018, e o Prémio Camões, em 2020.
Parte fundamental da ‘Nouvelle Vague’ francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir dos anos 1950, Goddard tem uma longa carreira premiada, que vai desde o galardão de melhor realizador, em Berlim, por “O Acossado”, até um Óscar honorário, entregue em 2010 numa cerimónia à qual não compareceu. Jean Luc Goddard morreu a 13 de setembro. Tinha 91 anos.
Ex-membro do Conselho de Estado indicado pelo CDS-PP, Adriano Moreira teve um percurso académico e político dividido entre dois regimes: foi ministro do Ultramar no Estado Novo, de 1961 a 1963, e presidente do Centro Democrático e Social (CDS) em democracia, de 1986 a 1988. Foi deputado entre 1980 e 1995. Adriano Moreira morreu a 23 de outubro, aos 100 anos.
A cantora, considerada uma das maiores vozes da música popular do Brasil, morreu a 9 de novembro. A voz do genérico da telenovela "Gabriela" tinha 77 anos. Pioneira da nova vaga da música popular brasileira, nos anos 60 do século passado, a sua voz surgiu pela primeira vez em disco de estreia de Maria Bethânia (1965), onde fez um dueto com Caetano Veloso.
O autor de BD morreu a 24 de novembro. Tinha 92 anos. José Ruy colaborou com muitas publicações periódicas, nomeadamente "Mosquito", "Mundo de Aventuras" e "Cavaleiro Andante", num tempo em que a banda desenhada era lida sobretudo em revistas, convivendo com outros nomes históricos da BD como Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005) e José Garcês (1920-2020).
O maior goleador da história do FC Porto foi Bota de Ouro europeu em 1983 e 1985 e o melhor marcador do campeonato português em seis ocasiões. Na carreira profissional, Fernando Gomesmarcou 420 golos em 610 jogos, com quatro camisolas: FC Porto, Gijon, Sporting e seleção nacional. Esteve no Euro/84 e no Mundial/86. O bibota de ouro pelo FC Porto morreu a 26 de novembro, tinha 65 anos.
Será recordado como um homem do Renascimento e multifacetado. António Mega Ferreira morreu a seguir ao Dia de Natal, a 26 de dezembro, aos 73 anos. O escritor e ensaísta foi o mentor da Expo98, que ajudou a mudar a face de Lisboa, mas foi muito mais: gestor do Centro Cultural de Belém e da Orquestra Metropolitana de Lisboa, jornalista no Jornal Novo, Expresso, O Jornal e na RTP, onde chefiou a redação da Informação do segundo canal, tendo sido ainda chefe de redação do JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias - e fundado as revistas Ler e Oceanos.
O "Rei do Futebol" morreu. Pelé, nome de guerra de Edson Arantes do Nascimento, deu o último suspiro a 29 de dezembro no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado há várias semanas. Pelé marcou centenas de golos e é o único jogador da história a conquistar três Mundiais.
[notícia atualizada a 1 de janeiro de 2023]
