22 mar, 2024 - 14:25 • Pedro Mesquita enviado especial a Bruxelas
“Não falo com a justiça através da comunicação social.” Foi com estas palavras que António Costa reagiu às declarações da Procuradora-Geral da República e à possibilidade de que o processo que o envolve desça do Tribunal Supremo para o DCIAP. António Costa falava depois da reunião do Conselho Europeu, a última em que participa como primeiro-ministro.
Na véspera, numa conferência sobre Justiça, questionada sobre se o processo autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que visa António Costa pode passar para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Lucília Gago respondeu com um: "É possível."
Renascença em Bruxelas
A presidente do Parlamento Europeu sublinha que é (...)
Seja como for, o ainda primeiro-ministro garante que não sai com mágoa por ter deixado o trabalho a meio.
“O que fiz, e acho que é o dever de qualquer primeiro-ministro na cena internacional é transmitir a confiança que todos devem manter no nosso país, e naqueles que democraticamente os portugueses escolheram para governar o país", sublinhou António Costa. "Sempre o faria, mas faço-o também não esquecendo que outros não o fizeram quando eu assumi funções. Costuma dizer-se 'não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti', e eu nunca faria aos outros aquilo que não gostei que me fizessem a mim” — uma referência indireta a Passos Coelho.
A União Europeia não pode usar "uma duplicidade de(...)
Não disse se o dia foi mesmo de despedidas, ou se pode ser um mero 'até já' a Bruxelas. Lembra, contudo, que até 2 de abril ainda teria tempo para regressar. E foi seguindo esse raciocínio que o ainda primeiro-ministro lançou uma frase enigmática: “O nunca é sempre uma palavra excessivamente longa no tempo.”
“Porque não? Eu gosto muito do Pedro Sánchez e gostarei sempre de o ver onde ele gostar de se ver a si próprio”, concluiu António Costa.