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Grupo de Arraiolos apoia a Ucrânia, mas tema não deixa de gerar discussão

06 out, 2023 - 23:50 • Filipa Ribeiro

O grupo de chefes de estado não-executivos da europa está de acordo sobre o apoio contínuo e a entrada da Ucrânia na Europa, mas quando se fala na forma as opiniões divergem. No Palácio do Freixo houve ainda quem se juntasse ao coro de críticas aos acordos pensados como solução para a migração.

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Os 13 países que se encontraram no Palácio do Freixo perderam grande parte do tempo a falar sobre a Ucrânia. Ao contrário do que é habitual, os chefes de estado de Portugal, Bulgária, Croácia, Estónia, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Malta, Polónia e Eslovénia reuniram-se sozinhos, sem as delegações.

Todos estão preocupados com a segurança da europa e o perigo que a guerra na Ucrânia representa, o presidente da Polónia, Andrej Duda, na conferência de imprensa final do décimo oitavo encontro insistiu de que é necessário acelerar a entrada da Ucrânia na União Europeia, “só assim é que a Rússia será derrotada”, defendeu.

O presidente polaco acredita que a Rússia só invadiu a Ucrânia quando o país decidiu pedir adesão ao bloco europeu, Andrej Duda tem medo que a Rússia se atreva a invadir o ser país no caso de conseguir conquistar o território ucraniano. Todos querem a paz e que a União Europeia crescça com a entrada da Ucrânia, a discórdia está na forma.

De acordo com Andrej Duda “há vozes no espaço europeu que defendem que para a entrada de novos países temos de alterar os Tratados, temos de tornar a União Europeia mais eficiente no sistema de tomada de decisões , renunciando o direito de veto, alterando o método de votação por maioria em qualquer caso. Na verdade, estas ideias visam a oligarquização da União Europeia”.

Nunca foi mencionado quem são essas vozes, mas também a presidente da Hungria insistiu nesse ponto de que os tratados não devem ser alterados e que tudo deve acontecer como está. Katalin Novák acredita que alterar os tratados vai fazer com que os países com mais influência tomem decisões sem ouvir os partidos mais pequenos.

“Temos de ter em conta os tratados e o princípio da solidariedade e da subsidiariedade. Temos de respeitar os tratados e de mostrar o respeito mútuo uns pelos outros. A União Europeia é a união de estados nação fortes e deve continuar a sê-lo, defendendo o princípio da unanimidade quando se trata da tomada de decisões”, disse.

De acordo com o Presidente da República Português o que não houve acordo foi quando ao haver ou não alteração de tratados, há várias fórmulas de pensar no processo de negociação de pensar no que a União Europeia tem de fazer para se preparar e quanto a essa preparação, há duas posições: uma que admite em teoria a revisão dos tratados e outra que não, por várias razões, há países que tem divida de princípio porque vai retirar votos e direitos com o de veto , outros dizem que isso é mexer em tratados que é complicado internamente nos países. Outros dizem que fazer as alterações até às eleições europeias não será bom pode dar trunfos aos críticos.

Tema das Migrações voltou a ferver

Foi o espelho do que aconteceu em Granada, os presidentes da Polónia e Hungria são críticos às soluções para o problema da migração na Europa. Mas no Grupo de Arraiolos, de acordo com o Presidente da República, houve quem se juntasse a esse coro. “Países dos Balcãs e um de leste”, disse.

Na conferência de imprensa os 13 membros do Grupo de Arraiolos realçaram estar preocupados com a chegada cada vez maior de migrantes, alguns lamentaram e defenderam que a Itália e a Grécia estão quase sozinhos a lidar com o problema.

Marcelo Rebelo de Sousa deu a solução: “ A melhor maneira de evitar queixas é cooperar na construção de condições humanitárias, sociais e economicas nesses países para que passem a viver situações que não conduzam À migração através do norte de áfrica e aí eu lembrei que Portugal tem uma autoridade especial porque está a fazer isso com a presença de uma unidade das Forças Armadas e era bom que os países que se queixam tanto, ajudassem mais Portugal lá, para não terem de enfrentar o problema cá”, aconselhou.

Grupo de Arraiolos volta a encontrar-se em Cracóvia

Já com novos membros devido a eleições presidenciais e com um novo parlamento europeu a trabalhar, os chefes de estado não executivos da Europa vão ter o 19º encontro em Cracóvia, na Polónia, entre 10 e 11 de outubro de 2024.

O anúncio foi feito pelo próprio presidente da Polónia que se confessou feliz.

Na verdade o grupo fundado por Jorge Sampaio na vila de Arraiolos no Alentejo em 2003, tem-se vindo a reunir quase todos os anos em cidades diferentes e de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa já se marcaram as próximas reuniões até 2027. Depois de Krakóvia, o grupo vai encontrar-se em 2025 na Estónia, em 2026 na Hungria e em 2027 na Eslovénia.

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