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Saramago, Pessoa e Valter Hugo Mãe best sellers na livraria do Pavilhão de Portugal

05 jul, 2022 - 07:20 • Maria João Costa

“É difícil um país caber dentro de uma livraria”, diz o poeta Pedro Eiras, mas dentro da livraria do Pavilhão de Portugal na Bienal do Livro de São Paulo cabem vários países. É uma verdadeira livraria lusófona com mais de cinco mil exemplares.

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É no coração do Pavilhão de Portugal que está o motivo pelo qual Portugal é o país convidado de honra da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. É dentro da livraria erguida no centro do espaço português que está a livraria onde estão à venda cerca de 5 mil livros. O stock está constantemente a ser reposto.

Nas prateleiras há autores de língua portuguesa de diversos países. Mas escritores como José Saramago, Fernando Pessoa, Valter Hugo Mãe ou José Luís Peixoto estão entre os mais procurados pelos leitores brasileiros que por estes dias visitam a Bienal do Livro de São Paulo.

Tal como em toda a feira, a maioria desses leitores são jovens, mas há também famílias que passeiam pela livraria em busca de algo para levar. Ao fundo da livraria há um espaço para autógrafos dos 21 escritores que se deslocaram a São Paulo.

Julieta é uma adolescente brasileira que está em frente à estante onde estão os livros do Prémio Nobel José Saramago. Na mão tem três obras do autor e ainda não decidiu o que vai levar. Caverna, Intermitência das Morte ou Caim, um deles quer levar para casa, mas diz estar “em dúvida porque todos parecem muito incríveis!”.

Ao lado de Julieta, a mãe prefere antes um livro de turismo sobre Portugal. Mas a travessia do Atlântico tem outras razões. “O meu pai era português, então talvez no próximo ano a gente mude para Portugal”, explica ao microfone da Renascença. A filha explica que a mãe estava por isso curiosa de saber como estava o espaço do Pavilhão de Portugal.

Embora desconheça muitos dos autores que estão na livraria, alguns deles nas edições brasileiras, a mãe de Julieta diz que a feira está possibilitante essa descoberta. Mais preparada vem Vicky, outra jovem de 22 anos. Começa por nos explicar que vai levar um livro de Valter Hugo Mãe que adora.

Com o livro “Doenças do Brasil” na mão, esta jovem estudante de medicina teve a oportunidade de conhecer em pessoa o autor que há muito admira. A Valter Hugo Mãe pediu o autografo do século XXI, ou seja, pediu para tirar uma “selfie”.

Em casa esta jovem brasileira diz ter na biblioteca “obras de Eça de Queirós, José Saramago, Camões e Fernando Pessoa”. Quando lhe perguntamos se o seu futuro passa pelo Brasil, a futura médica revela que quer ir para “Portugal fazer a especialidade em psiquiatria”

“É difícil um país caber dentro de uma livraria”

Nem só os leitores brasileiros são visita da livraria de Portugal. Por entre livros encontramos o poeta português Pedro Eiras que está a lançar no Brasil livro novo. Conhecedor do que andam a publicar os autores portugueses perguntamos-lhe que avaliação faz da livraria. O poeta de “Paraíso” responde quase em verso: “É difícil um país caber dentro de uma livraria”.

Contudo, Pedro Eiras reconhece que “há muitas surpresas”, entre livros que o surpreendem e que não esperaria. Embora tenha trazido uma mala pequena, poderá ainda levar para casa alguma obra.

A ajudar nas compras dos visitantes do pavilhão de Portugal estão vários livreiros, dois deles Clodo Martins e Paulo Ramos confirmam que os autores mais procurados pelos brasileiros são José Saramago, Fernando Pessoa e Valter Hugo Mãe. Assumidos amantes da cultura portuguesa, estes dois brasileiros vão dando indicações, mesmo quando um deles tropeça no nome de José Luís Peixoto, chamando-lhe Jorge Luís Peixoto, talvez pensando noutro, o Borges.

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