25 nov, 2022 - 17:29 • Pedro Mesquita com Redação
O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal admite estar preocupado com alguns sinais de atraso na execução do PRR.
Em entrevista à Renascença, comentando a leitura do jornal Expresso às mais recentes previsões económicas da Comissão Europeia - que indicam que, em 2024, a Roménia deverá ultrapassar Portugal no PIB per capita - António Saraiva lembra que no caso romeno, e na generalidade dos países do leste europeu, os países têm sabido aproveitar os apoios comunitários melhor do que Portugal.
Vejo com alguma preocupação, porque um dos problemas que a economia portuguesa tem é crescimento digno desse nome, não crescimento anémico como tem registado.
Nós temos vindo a alertar que os países do antigo bloco de Leste têm vindo, ano após ano, a ultrapassar Portugal.
Na minha perspetiva, com duas ordens de razão: os fundos comunitários que estes países do antigo bloco de Leste têm estado a aproveitar bem, a proximidade que têm da Alemanha e do Norte da Europa, motores da economia europeia. Isso estará, na minha opinião, deste crescimento que se tem vindo a registar, ao contrário de Portugal, que não tem conseguido este crescimento e temos todas as condições se tivéssemos outra carga fiscal, outra burocracia, outra justiça mais rápida e mais célere.
Não é só uma questão de baixar impostos. Há um conjunto de medidas que interagem, não há uma bala de prata. Há um conjunto de apostas de investimentos públicos e privados, de aproveitamentos corretos de fundos comunitários.
OE 2023
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Porque, provavelmente, têm outras estratégias no desenvolvimento das suas atividades, da sua economia que Portugal, nas escolhas que foi fazendo, não teve e isto prova que convergir e ultrapassar médias da União Europeia é possível, até porque agora os países do Norte até estão com problemas. Por isso, o objetivo não é convergir, é ultrapassar e muito essa convergência.
Devíamos estar a crescer 4% e 5% e estamos, às vezes, a crescer a 0,5% e 1% nos últimos 20 anos.
É uma última oportunidade nesse sentido.
É prematuro dizer que não há.
Estou preocupado, porque estamos com alguns atrasos. Obviamente, a guerra justifica algum atraso de investimentos e esta interrupção de cadeias de abastecimento e atrasos nos materiais. Mas a janela temporal é muito curta, não nos podemos atrasar e a minha apreensão vem da constatação que a execução em relação ao que estava orçamentada é baixa. Temos de recuperar rapidamente.