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Governo português diz que britânicos votaram contra “hard Brexit”

09 jun, 2017 - 16:21

Theresa May sai enfraquecida para as negociações com a União Europeia, considera a secretária de Estado dos Assuntos Europeus. Quanto mais depressa houver governo estável melhor, considera.

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150 segundos para perceber o que aconteceu ao Reino Unido
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Os britânicos votaram contra um "hard Brexit", diz à Renascença a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Margarida Marques entende que uma saída do Reino Unido da União Europeia sem negociações (e que poderá implicar o fim do espaço comum de circulação de pessoas e de capitais) foi posta em causa com o resultado das eleições que determinaram a perda da maioria absoluta do Partido Conservador de Theresa May.

“Estes resultados interessam-nos particularmente porque o Brexit tem determinado a agenda política no Reino Unido e o Brexit interessa ao Reino Unido, mas interessa muito à União Europeia”, diz Margarida Marques.

“Nestas eleições não se tratou de um segundo referendo, mas houve durante toda a campanha eleitoral uma radicalização na linguagem relativamente ao Brexit. Os resultados das eleições penalizam a posição dura que Theresa May foi assumindo durante a campanha eleitoral”, considera.

“Aguardamos que esteja constituído um Governo estável, que possa conduzir as negociações do Brexit e essas negociações devem iniciar-se logo que possível, daí a expectativa de haver rapidamente um Governo estável, porque a insegurança que se vive na sequência do Brexit não é favorável nem aos cidadãos nem às empresas”, conclui.

Theresa May venceu as eleições de quinta-feira, mas os resultados souberam a derrota, uma vez que acabou por perder a maioria absoluta de que gozava quando convocou eleições antecipadas, decisão lida como uma forma de procurar reforçar a sua maioria para legitimar o seu poder negocial quanto ao Brexit.

Apesar de ter ficado em segundo lugar, o trabalhista Jeremy Corbyn também venceu: em poucas semanas recuperou muitos pontos percentuais e conseguiu eleger mais 29 deputados do que tinha em Abril.

Theresa May vai formar governo, tendo anunciado que trabalhará em conjunto com o Partido Democrático Unionista, da Irlanda do Norte, para garantir a estabilidade governativa. Os unionistas elegeram 10 deputados, podendo assim dar maioria absoluta aos conservadores se votarem com eles.

Theresa May confirma que vai formar Governo e "liderar as negociações do Brexit"
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  • otário cá da quinta
    10 jun, 2017 coimbra 11:04
    Um livro é escrito conforme o gosto do autor. Dentro pouco tempo vamos ter eleições para as autarquias e claro, para estas cabeças, se em 90% das câmaras concorressem só independentes, logo estas cabeças vinham dizer que os Portugueses já não queriam mais partidos políticos. A sra. MAY perdeu deputados, mas ainda é o maior partido e o facto de ter perdido votos, não quer dizer que aqueles que agora não votaram nela não apoiem a saída da U.E. Aqui, o Partido Socialista não teve maioria absoluta mas formou governo com o apoio de outros partidos, mas não quer dizer que os apoiantes do PCP, do BE e outros, o deixaram de ser. Não tenho nada com o PCP e BE, mas venham lá com um referendo à saída de Portugal da U.E. que eu os apoio.
  • Brexit mau caminho
    10 jun, 2017 Lisboa 00:12
    Documentários que aparecem na TV de hostilidade por parte dos ingleses em relação aos portugueses com o aparecimento do Brexit. E é isto de quem se diz tão cumpridor dos direitos humanos e das liberdades A insegurança apossa-se dos portugueses . A Inglaterra fazia parte da UE , muitas vezes discordante, mas nunca aderiu à moeda única. A voz da austeridade quando pensava que tinha a maioria absoluta perdeu-a e pelo que se vê a coligação que fez como último recurso tem os dias contados.
  • José Marques
    09 jun, 2017 Lisboa 18:14
    Este festival que se vai vivendo no reino de sua majestade parece-me mais um episódio à moda inglesa, não querem a Europa mas toda a gente já percebeu que a ligação é ainda algo que se sente. Mais um tiro nos pés dado pelo anterior primeiro ministro quando se lembrou de efectuar um referendo. Coisas de políticos. Infelizmente cá pelas nossas bandas também temos gente bastante inteligente. Veremos no que isto vai dar.

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