12 jul, 2023 • Cristina Nascimento , André Peralta (sonorização)
A União Europeia está a ser lenta na promoção de empresas mais amigas do ambiente. É o que afirma Nuno Cruz, diretor executivo do Centro para a Liderança Empresarial Responsável, da Católica Lisbon School of Business & Economics.
Este especialista reconhece que, numa década, os empresários mudaram. O discurso da sustentabilidade que antes era feito apenas por ativistas, agora é feito por empresários.
Nuno Cruz justifica esta mudança de comportamento, mesmo nas pequenas e médias empresas, porque o mercado e parceiros assim o exigem.
Este especialista refere que uns mudam “do ponto de vista reativo”, à boleia de novas regras que são introduzidas. Outros, acrescenta, “mudam genuinamente do ponto de vista ativo” porque “olham para o mercado e que veem que o mercado está a mudar, que os clientes estão a mudar, que os cidadãos estão a mudar e estão a obrigá-los a forçar o caminho para esta dimensão”.
Nesta transição, a União Europeia tem tido um papel de liderança elogiado por Nuno Cruz que, ainda assim, critica a lentidão.
“Temos que continuar a trabalhar, na minha opinião, em instrumentos de incentivos, de financiamento, para que muitas destas coisas aconteçam mais depressa”, afirma.
Nuno Cruz defende, por exemplo, a disseminação daquilo que chamam de “’contabilidade de impacto’ que, no fundo, pretende levar às contas das empresas todas as externalidades, todo o mal ou bem que uma empresa faz ao planeta, todo o mal ou bem que uma empresa faz nos aspetos sociais, como é que nós penalizamos ou premiamos as empresas por isso.”
“Aí há um caminho longo a percorrer”, remata.
Nuno Cruz reconhece que este processo de mudança é mais difícil para as pequenas e médias empresas, mas que as que estão a começar agora não podem senão implementar essas práticas desde o primeiro minuto.
O “Compromisso Verde” é uma parceria entre a Renascença e a Euranet Plus.