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Andebol

Título europeu do Benfica é "extraodinário", diz a Federação

30 mai, 2022 - 12:45 • Luís Aresta

O presidente da Federação de Andebol elogia a conquista da Liga Europeia de Clubes. Carlos Laranjeiro admite a necessidade de mais apoios do Estado ao andebol.

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O presidente da Federação de Andebol de Portugal, Carlos Laranjeiro, classifica de “extraordinário” o título conquistado pelo Benfica na Liga Europeia de Clubes (EHF European League).

“Foi algo extraordinário. Como se imagina, estamos a falar de uma equipa que faz um caminho até chegar a uma final e na final tem o campeão em título da Liga Europa, o Magdeburgo, que provavelmente será o campeão alemão. O campeonato alemão provavelmente é dos mais, para não dizer o mais, competitivo que existe na Europa”, faz notar Carlos Laranjeiro.

O dirigente destaca que houve "um compromisso, uma seriedade no trabalho dos atletas, da equipa técnica do Benfica, que deu uma enorme satisfação a todos os adeptos, não só aos do Benfica, naturalmente, mas a todos os adeptos da modalidade”.

Ao bater o Magdeburgo por 40-39, o Benfica tornou-se na primeira equipa portuguesa a ganhar a Liga Europeia de andebol, juntando-se Sporting e ABC, no que respeita a títulos europeus da modalidade. Os leões conquistaram em 2010 e 2017 a Taça Challenge, agora nomeada Taça Europa, troféu que o ABC também ergueu em 2016, com uma vitória, justamente sobre o Benfica.

Feitas as contas, nos últimos seis anos, as equipas portuguesas contabilizam três títulos europeus de andebol. Carlos Laranjeiro faz notar o acréscimo de competitividade que se regista na modalidade, com reflexos positivos na seleção nacional e nos clubes.

“Está a subir muito, creio eu, quer ao nível dos clubes, e é visível, quer ao nível da seleção nacional. E uma coisa tem a ver com a outra. O trabalho da seleção depende muito também do trabalho dos clubes. E quer as participações na “Champions” ou na “European League” - esta época foi exemplo paradigmático - tem havido, por parte dos clubes portugueses, um foco, uma capacidade e um êxito absolutamente extraordinário", atira.

Carlos Laranjeiro dá um exemplo do novo estatuto do andebol português: "Hoje, ao nível europeu, quando os meus colegas falam comigo, Portugal é visto, nestes últimos anos, de uma maneira absolutamente extraordinária pela grande evolução que houve no andebol nacional”.

Com mais apoios do Estado, é possível melhorar

Nesta entrevista a Bola Branca, o presidente da Federação de Andebol de Portugal interroga-se sobre a aposta no desporto de base no nosso país e admite que o orçamento destinado do organismo que dirige constitui um constrangimento ao crescimento da modalidade.

“Como nós queremos sempre mais torna se um constrangimento”, diz Carlos Laranjeiro, para quem este “não é um problema do andebol, é um problema das modalidades, é um problema do desporto no país. Nós temos de olhar, definitivamente, para o desporto como um desígnio nacional”, considera.

O dirigente sublinha que, em Portugal “estamos nos últimos lugares da atividade física e desportiva da OCDE. Estamos a par de países como os Estados Unidos ou México e longíssimo dos países europeus. Estamos também nos primeiros lugares de obesidade e excesso de peso. Isto não anda tudo ligado?”, interroga-se..

“Gostava de ver, espero e tenho muita confiança nos nossos protagonistas políticos no atual governo, que possam interpretar este que é um sentimento normal e de bom senso mais que tudo, que é: o país tem de apostar mais no desporto. Não só no desporto de alta competição, mas no de base. Para chegarmos à alta competição, como vimos este fim de semana, é preciso uma base, uma base alargada. E esse trabalho tem se de fazer e há muito que fazer”, remata.

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