28 jul, 2021 - 17:39 • Lusa
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Os atletas João Vieira e Ana Cabecinha revelaram, à partida para os Jogos Olímpicos, que estão preparados para lutar pelos primeiros lugares nos 50km e 20km marcha, respetivamente, realizados em condições climatéricas exigentes.
João Vieira vai encontrar condições semelhantes às do Campeonato do Mundo de Doha, em 2019, onde ficou na segunda posição.
"Em Doha foi um campeonato de surpresa, pois ninguém sabia as condições que íamos apanhar. Eu trabalhei para elas. Este ano, voltei a trabalhar igualmente nas mesmas condições, agora para Sapporo, mas, desta vez, os meus adversários já vão certamente prevenidos para as condições que vamos apanhar", realçou o algarvio, de 45 anos.
Depois de ser 10.º em Atenas'2004, 35.º em Pequim'2008, 11.º em Londres 2012 e 31.º no Rio'2016, em 20km marcha, não tendo terminado, nas duas últimas edições, a prova de 50km, aos quais se junta uma ausência, devido a doença, em Sydney'2000, para o qual também se apurou, João Vieira parte agora para a sua sexta experiência olímpica.
"O meu objetivo na prova é fazer o melhor possível naquele dia. É isso que vou fazer, dar tudo o que tenho no circuito. Depois, é desfrutar do resto e dar apoio aos colegas, se puder ser", sublinhou o recordista nacional nas duas distâncias de marcha.
Apesar de considerar que irá ser "uma luta de igual para igual" entre todos os atletas, João Vieira pretende apenas focar-se em si mesmo: "A minha ambição, quando entro para as provas, é para dar o melhor de mim. Costumo dizer que o meu adversário sou eu próprio e, por isso, vou lutar contra mim, com todas as minhas forças."
Ana Cabecinha, de 37 anos, propõe-se a fazer melhor do que o sexto lugar alcançado no Rio'2016, já superando os registos de Pequim'2008 e Londres'2012, onde foi oitava.
"A preparação correu bem, sem nenhum problema físico. Tudo isso ajuda a que a motivação esteja ainda mais elevada. Com estas condições e com o tempo que vamos apanhar, tudo é possível. O que interessa é lá estar e, se estiver no momento certo, tudo pode acontecer", disse à agência Lusa a atleta alentejana do Clube Oriental de Pechão.
Para tal acontecer, Ana Cabecinha precisa apenas de "ter cabeça e competir de trás para a frente": "Sei que na parte final, se tiver juízo, irei estar nos lugares da frente."
Tal como João Vieira, a atleta preparou-se de forma idêntica do que para os Mundiais de Doha, com o auxílio da Universidade de Coimbra, treinando numa câmara que simula o calor e a humidade de Sapporo, cidade no norte do Japão, a mais de 1.000 quilómetros de Tóquio, para onde foram desviadas as provas de marcha e maratona.